Mobilização leva 2 mil trabalhadores às ruas de Maceió

Por Rafael Soriano

Da Página do MST

Por Rafael Soriano

Da Página do MST

Uma grande mobilização com mais de 2 mil trabalhadores rurais Sem Terra tomou as ruas de Maceió, no início da manhã de hoje (10/02). Os agricultores de todas as regiões do estado, organizados nos quatro principais movimentos de luta pela terra de Alagoas (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Comissão Pastoral da Terra – CPT, Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL e Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST) fizeram uma caminhada e ocuparam o Porto de Maceió para protestar contra a recente onda de despejos forçados.

Desde o fim do ano passado e início de 2011, mais de 550 famílias (em dez acampamentos, contabilizando dados somente do MST) foram atingidas pela ação truculenta do Estado, nas figuras do poder judiciário e da polícia militar. As reintegrações são marcadas pela violência: agressões aos produtores rurais, destruição de roçados e queima de barracas.

Uma articulação com representação de toda sociedade civil (estudantes, professores, sindicalistas e outros) foi iniciada para repudiar e intimidar esta truculência. “A fatura das eleições foi mandada para nós trabalhadores pagarmos. Foi só passar a calmaria eleitoral pra assistirmos a um Estado que viola os Direitos Humanos: uma polícia que não aparece pra dar conta da violência urbana que vivemos, mas se apresenta prontamente para expulsar trabalhadores e destruir suas roças”, argumenta Débora Nunes da Direção Nacional do MST.

A “tão esperada unidade dos movimentos sociais”, elogiada pelo professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Cícero Albuquerque, continua com uma forte aliança dos movimentos do campo e da cidade. Após ser sinalizada uma reunião com o governador do Estado (Teotônio Villela-PSDB), a coluna de trabalhadores se uniu à
mobilização dos servidores públicos estaduais, numa demonstração de solidariedade entre os diversos segmentos de luta social.

Na sexta-feira (11/02) são esperadas audiências com o governo do Estado e com o Tribunal de Justiça, para discutir a atual situação da Vara Agrária (pronto-atendimento das elites agrárias de Alagoas) e dasreintegrações de posse já emitidas.