Movimentos debatem Projeto Popular para Tocantins
Por Aline Sêne
Os movimentos sociais e Entidades do Estado do Tocantins estiveram reunidos entre 11 e 13 de março, em Gurupi, no II Encontro do Fórum de Lutas por Trabalho, Terra e Cidadania.
Por Aline Sêne
Os movimentos sociais e Entidades do Estado do Tocantins estiveram reunidos entre 11 e 13 de março, em Gurupi, no II Encontro do Fórum de Lutas por Trabalho, Terra e Cidadania.
O encontro fez uma análise da conjuntura político-social do Tocantins e construiu uma agenda coletiva de ações dos movimentos sociais do Estado. Como conseqüência desse debate definiu-se de atividades conjuntas a Semana da Terra Padre Josimo, será realizada nos dias 1 à 10 de maio, e o Dia Internacional de Combate ao Capitalismo, dia 20 de outubro. Tendo como bandeira de luta a discussão e combate a implantação dos grandes projetos no Estado e Amazônia.
O encontro discutiu quatro eixos temáticos: grandes projetos; radicalização da democracia participativa; o fortalecimento dos movimentos sociais como tático rumo à configuração do Projeto Popular para o Estado do Tocantins.
Além disso, cobrou medidas para garantia e proteção dos Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca’s) e os Direitos Humanos fundamentais.
Depois, os participantes se organizarão em discussões por grupos de trabalho: adolescência e juventude; terra e meio ambiente; direitos humanos; mulheres; e combate a violência policial. Os resultados dos debates destes grupos conformaram a pauta de lutas unitárias dos movimentos sociais e entidades tocantinenses.
Atividade foi organizada com o intuito de ser um espaço para os movimentos sociais e entidades compartilharem suas reflexões e apontamentos da realidade estadual, nacional e internacional.
O membro da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores (as) sem Terra (MST), Antônio Marcos Nunes, avaliou que vivemos uma grande ofensiva do capital e o Estado tem cumprido papel fundamental de defender os interesses desse capital.
Através de investimento de recursos financeiros públicos para o desenvolvimento do agronegócio e implantação de empreendimentos hidrelétricos e mineração, principalmente na Região Amazônica. “A realidade aponta para os movimentos sociais realizar ações conjuntas para fazer o enfrentamento contra este modelo de desenvolvimento na região”, disse.
Protesto por justiça
No primeiro dia do encontro, 11, os participantes e entidades pastorais do Estado ocuparam, no final da tarde, a Avenida Goiás da cidade de Gurupi em uma caminhada por justiça pelo assassinato do militante dos direitos humanos Sebastião Bezerra, do Centro de Direitos Humanos de Cristalândia.
Estiveram presentes também a família de Sebastião, e membro de movimentos de outros Estados, como Dom Tomás Balduíno membro da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e Dom Heriberto Hermes, acompanhante da CPT no Tocantins. No final da caminhada, os participantes concentraram em frente à Igreja Santo Antônio e fizeram um ato político contra todas as violências às lideranças e aos movimentos sociais.
Feminismo
À noite do dia 11, foi realizada uma mesa redonda “101 anos de lutas feministas contra o capitalismo, patriarcado, racismos e fundamentalismos” com a explanação das mulheres do MST, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Movimento Estadual de Direitos Humanos (MEDH), da Casa da Mulher 8 de Março.
As abordagens relataram as violências e discriminação que as mulheres sofrem e como a luta feminista é o embate contra o capitalismo. O debate ressaltou que o capitalismo explora as mulheres, tanto sua força de trabalho fora do espaço doméstico e dentro desse espaço, e que não é possível existir a transformação dessa realidade de exploração nesse contexto.
“A mulher sem terra é discriminada pela família, ao entrar no movimento os familiares acusam-na dela não querer trabalhar, não ser submissa ao marido. A mulher além de conscientizar-se no dia-a-dia também precisa conscientizar a própria família”, enfatizou Zefá Doida do MST do Estado do Tocantins.