Queremos comida livre de venenos!


Da Página do MST

 

A população não quer comer alimentos contaminados com agrotóxicos. Existe uma demanda da sociedade por alimentos saudáveis, sem venenos que possam causar doenças, como câncer e problemas hormonais, neurológicos e reprodutivos.


Da Página do MST

 

A população não quer comer alimentos contaminados com agrotóxicos. Existe uma demanda da sociedade por alimentos saudáveis, sem venenos que possam causar doenças, como câncer e problemas hormonais, neurológicos e reprodutivos.

No entanto, os alimentos orgânicos ainda são muito caros. O modelo agrícola dominante no Brasil, o agronegócio, tem como um dos seus pilares a utilização excessiva dessas substâncias químicas. As plantações em latifúndios de monocultivos em larga escala
para exportação necessita de uma tecnologia que expulsa as famílias da produção
e dos venenos.

Nesse quadro, quem pode produzir alimentos saudáveis sem agrotóxicos? A pequena agricultura e a Reforma Agrária. Não é porque os pequenos agricultores ou os assentados sejam bons e os latifundiários ruins. Mas, pelo fato de que a natureza da produção agrícola em pequena propriedades cria condições para produzir de um jeito diferente do agronegócio.

Cabe à pequena agricultura aproveitar ou não esse diferencial. Até agora, as dificuldades para aproveitar têm sido grandes – tanto por falta de políticas, como de consciência. Para enfrentar esse desafio, é preciso lutar. Lutar para que o governo federal, as secretarias de agricultura dos Estados e dos municípios e o Incra implementem políticas para viabilizar economicamente a agroecologia. As políticas públicas para a agricultura e a tecnologia desenvolvida nos centros de pesquisa das universidades priorizam o agronegócio, que tem poder econômico e político para impor
sua hegemonia sobre esses espaços.

O Movimento conseguiu, em toda sua história com as lutas, questionar o latifúndio e cobrar a democratização da terra, a Reforma Agrária. Com a expansão do agronegócio, a luta ficou mais difícil, complexa e ampla. Agora, as nossas lutas não questionam somente o latifúndio, mas o modo de produção do agronegócio. E a conquista da terra não é mais suficiente para enfraquecer o latifúndio, que só será derrotado com a construção de um novo modelo agrícola.

Isso significa enfrentar e derrotar o agronegócio, que subordina o uso das terras e
dos recursos naturais brasileiros às necessidades das transnacionais da agricultura,
como a Bunge, Monsanto, Cargill, Stora Enzo, Syngenta e ADM, e à especulação
no mercado financeiro internacional.

Nós temos uma proposta

Daí ganha a importância o nosso programa agrário, a nossa proposta de Reforma Agrária Popular, que tem como objetivos gerais eliminar a pobreza no meio rural, combater a desigualdade social e a degradação da natureza, que tem suas raízes na estrutura da propriedade e de produção do campo.

A Reforma Agrária representa uma nova organização da propriedade fundiária, mas
temos também que mudar a organização da produção no meio rural. Dessa forma,
poderemos produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro, ocupando um espaço
vago pelo agronegócio, que produz com agrotóxicos e para exportação.

Para isso, precisamos lutar para que o Estado use todos os instrumentos de política
agrícola, como garantia de preços, crédito, fomento à transição e consolidação
da produção agroecológica, seguro, assistência técnica, armazenagem para o
cumprimento desse programa de Reforma Agrária. Deve garantir ainda a compra de alimentos dos camponeses e da Reforma Agrária para a redistribuição a todo o país.

É necessário fortalecer e reestruturar o Incra e a Companhia Nacional da Abastecimento (Conab) como instrumentos para a implementação desta política agrícola. Criar um instituto público vinculado ao programa de Reforma Agrária, com a função de garantir a assistência técnica pública e gratuita, além de capacitação, em coordenação com outros organismos públicos de pesquisa.