MST valoriza cultura do bode no Piauí

Por Ioneide Nunes,
Marilene Nascimento e
Yara Rodrigues,
Da Página do MST
 

O incentivo pela cultura do bode fez com que o MST do Piauí realizasse a primeira festa do bode no assentamento Marrecas, entre os dias 12 e 13 de agosto. Cerca 1.500 pessaos participaram do evento.

A festa do bode surgiu dentro de uma programação já existente, o Novenário de Nossa Senhora das Vitórias, que acontece de 06 á 15 de agosto.  A festa teve como objetivo valorizar a criação do bode como símbolo de resistência do nordeste, colocar no calendário cultural do assentamento e fortalecer a cultura. O evento teve o apoio das famílias assentadas.

Na manhã do dia 12, a programação iniciou-se com um seminário sobre Tecnologias sustentáveis na produção de caprinos e ovinos no semiárido piauiense, ministrado pelo zootecnista Giovanni Carvalho de Amorim. Participaram do seminário: as turmas de Agroindústria e Zootecnia, do Centro Estadual de Educação Profissional Francisca Trindade (CEEPRO), e também as turmas de produtores do assentamento Marrecas e assentamento Lisboa.

O seminário contribuiu para a divulgação do conhecimento científico sobre o manejo de caprinos entre os produtores e os estudantes. Para Ivonete da Silva Vitor, coordenadora Pedagógica do CEEPRO – Francisca Trindade, “uma das razões de trazer os educandos para participarem desse seminário é por acreditar que vai contribuir muito para a formação deles, sobretudo, para os alunos que estão fazendo o curso de zootecnia”.

Dentre as atividades realizadas, estão: a corrida e pega do bode, desfile para a escolha do bode rei e da cabra rainha, laço do bode, escolha da rainha da festa e forró do bode.

O bode é cultivado no assentamento Marrecas desde 1996 e, hoje, existem 26 produtores. De acordo com o produtor José Ciriaco do Nascimento, “a criação do bode do semiárido nordestino é muito viável porque representa a cultura do povo de criar para aumentar a renda. Além disso, a festa do bode é um incentivo para o criador”.

Para a equipe organizadora, a festa do bode vai incentivar os assentados a criar mais e melhorar o manejo do rebanho existente. “No nordeste, 90% do caprino está concentrado na caatinga. Além disso, o mesmo tem resistência às doenças, a seca, e a carne de caprino é a melhor carne de consumo”, afirma o zootecnista Giovanni.