Sob ameaça de despejo, acampados reivindicam área em SP


Da Página do MST

 

Após 12 dias da ocupação de terras por mais de 600 famílias do MST, na última quarta-feira (17/8), o desembargador Manuel Matheus Fontes negou o pedido de suspensão da liminar de despejo emitido pelos advogados do Movimento.

As famílias estão acampadas em uma área pública federal, remanescente do sítio Boa Vista, que já teve parte destinada à Reforma Agrária com a regularização do Assentamento Milton Santos em 2006.


Da Página do MST

 

Após 12 dias da ocupação de terras por mais de 600 famílias do MST, na última quarta-feira (17/8), o desembargador Manuel Matheus Fontes negou o pedido de suspensão da liminar de despejo emitido pelos advogados do Movimento.

As famílias estão acampadas em uma área pública federal, remanescente do sítio Boa Vista, que já teve parte destinada à Reforma Agrária com a regularização do Assentamento Milton Santos em 2006.

O pedido de suspensão da liminar de despejo foi negado apesar de terem sido apresentados vários documentos, inclusive mapas que comprovam a ocupação ilegal da área pela Usina.

Segundo a lei, é proibida a detenção de posse de áreas públicas federais. Portanto, as famílias estão apreensivas com a possibilidade de serem despejadas pela polícia militar e, a maioria, não tem para onde ir.

Ontem (18/8)pela manhã, em reunião convocada pela Polícia Militar, em Americana, as famílias foram informadas que o prazo para a saída da terra é até segunda-feira (22/8), à  meia-noite. O MST é um Movimento pacífico e não pretende resistir à força policial, contudo, é necessário que o poder público encontre uma saída para que as famílias acampadas sejam alocadas na região.

Próximo à ocupação existem áreas federal, estadual e municipal que podem ser utilizadas como saída para os trabalhadores e trabalhadoras que não tem terra para viver e plantar.

O INCRA já foi informado da ocupação, mas os seus técnicos não foram até o local.

As famílias pedem a todos os aliados e a todos aqueles que apoiam a luta pela Reforma Agrária que fiquem alerta, enviem manifestações de apoio e visitem o acampamento de forma a evitar qualquer tipo de violência contra as famílias.

O MST convida os apoiadores para uma reunião na ocupação, hoje (19/8), às 9 hs.

Amanhã (20/8), haverá o “Festival da Luta pela Terra” com uma intensa programação de atividades religiosas, políticas e culturais na ocupação. Pela manhã, será realizada uma gincana e outras atividades de ciranda infantil com as, cerca de, 150 crianças sem terrinha.

Na parte da tarde, será realizado um Ato Ecumênico com a presença do Padre João Carlos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e outros pastores e religiosos. Durante a
noite, será realizada uma atividade cultural com fogueira, quentão e a participação de diversos grupos artísticos. Todos os apoiadores e aliados estão convidados.

No domingo, acampados e assentados da região irão participar, em conjunto com a Pastoral da Terral, da 13ª Romaria das Terras e Águas de São Paulo, que ocorrerá em Santo Antônio da Posse. Haverá uma caminhada por justiça social e ambiental. A Romaria tem o objetivo de denunciar a contaminação dessa região por resíduos industriais despejados por mais de 60 multinacionais que estão destruindo o meio ambiente e causando doenças, e até mesmo mortes, em meio à população local.

O Movimento continuará organizado e mobilizado, denunciando a utilização ilegal das terras públicas pela Usina Ester!

*Fotos de Lívia Moraes.