Acampados do MST iniciam plantio da terra no Rio Grande do Sul


Da Página do MST


Os 500 sem terra que estão acampados em uma área pública na cidade de Vacaria, Rio Grande do Sul, iniciaram, à partir das 8h30min, a lavrar a área. Eles irão fazer hortas para o autosustento das famílias. Os sem terra ocupam a área de 400 hectares de terra, que fica próxima a BR 285, à 1km da entrada da cidade, desde a segunda-feira passada (26).


Da Página do MST

Os 500 sem terra que estão acampados em uma área pública na cidade de Vacaria, Rio Grande do Sul, iniciaram, à partir das 8h30min, a lavrar a área. Eles irão fazer hortas para o autosustento das famílias. Os sem terra ocupam a área de 400 hectares de terra, que fica próxima a BR 285, à 1km da entrada da cidade, desde a segunda-feira passada (26).

Já na área ocupada por 300 sem terra nas margens da RS-040, em Viamão, ocorre uma assembleia de assentados nesta sexta-feira (30), ao meio-dia.Os agricultores irão doar alimentos em solidariedade às famílias acampadas e em apoio à desapropriação da área para a Reforma Agrária. Perto desta área há um assentamento do MST com 250 famílias, onde são produzidos arroz e verduras agroecológicas (sem agrotóxico e adubos químicos), com cooperativas e grupos de produção. Os assentamentos do MST na região metropolitana de Porto Alegre constituem a maior produção de arroz agroecológico do RS.

Em Sananduva, na região Norte, os mais de 200 sem terra que ocuparam uma área de 300 hectares permanecem no local.

Famílias irão resistir a despejos

As famílias acampadas em Viamão e Sananduva não deixarão as áreas. A Justiça já determinou a reintegração de posse imediata das duas fazendas. Os despejos podem acontecer a qualquer momento.

Os acampados reafirmam que não sairão das áreas até que o governo do estado e o Incra anunciem o assentamento das famílias. Ainda em Abril, o governo do estado, depois de um acordo com o governo federal, se comprometeu a assentar as famílias que se encontram acampadas embaixo da lona preta em todo o Estado. Desde a assinatura do “Termo de Compromisso” com os camponeses, nenhuma família foi assentada.

Os governos federal e estadual encaram a Reforma Agrária como questão de polícia. A decisão das famílias sem terra em resistir aos despejos é uma forma de pressionar pelos assentamentos, já que os acordos e metas têm sido constantemente descumpridas pelo poder público. A responsabilidade sobre o que venha a ocorrer nas ações de despejo é dos governos estadual e federal.

Quilombolas ocupam Incra em Porto Alegre

Famílias remanescentes de quilombos ocupam, desde a manhã desta sexta-feira (30/10), o pátio do Incra em Porto Alegre. São quilombolas da comunidade do Morro Alto, no litoral gaúcho, que exigem que o instituto retome o processo de demarcação e titulação da área. As famílias afirmam que o processo está parado devido à pressão do agronegócio e de parlamentares ligados ao setor, que não querem que a área seja destinada aos quilombolas.

O protesto também denuncia a demora na demarcação das terras quilombolas no RS e em todos país e a violência e ameaças de morte contra a população remanescente de escravos. Os quilombolas e os sem terra lutam pelo direito à terra e pela reforma agrária.

Mobilizações dos quilombolas também acontecem hoje em Brasília e no Maranhão.

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