Produção de arroz em assentamento no PR é destaque no IBGE
Da Página do Incra
Dois assentamentos do Incra localizados em Querência do Norte, no Paraná, ajudam a colocar o município na liderança da produção de arroz em casca no estado. Em 2010, as 397 famílias que vivem em duas áreas de reforma agrária com aptidão para produção do arroz, foram responsáveis por cerca de 45% das 38.482 toneladas colhidas no município.
Da Página do Incra
Dois assentamentos do Incra localizados em Querência do Norte, no Paraná, ajudam a colocar o município na liderança da produção de arroz em casca no estado. Em 2010, as 397 famílias que vivem em duas áreas de reforma agrária com aptidão para produção do arroz, foram responsáveis por cerca de 45% das 38.482 toneladas colhidas no município.
Os assentamentos são Pontal do Tigre (327 famílias) e Che Guevara (70 famílias). Querência do Norte responde, sozinha, por 0,34% da produção nacional de arroz. O rendimento médio, de 6.538 quilos por hectare, é bastante superior à média nacional, de 4.127 quilos por hectare.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26), em Curitiba (PR), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como parte da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2010. No plano nacional, de acordo com o IBGE, o valor da produção agrícola cresceu 8,9% em relação a 2009, conforme dados do PAM 2010. No caso do arroz em casca, o país destinou 2,7 milhões de hectares para o plantio, com 11,2 milhões de toneladas produzidas no último ano. O município de Uruguaiana (RS) é o maior produtor do país, com 507,7 mil toneladas colhidas em 68,7 mil hectares.
Sucesso com cooperativa
O sucesso da produção em Querência do Norte se dá principalmente pelo desenvolvimento de atividades da Cooperativa de Comércio e Reforma Agrária Avante (Coana), formada por mil famílias de assentados do Incra na região Norte do estado. A cooperativa tem capacidade para beneficiar 40 toneladas do produto diariamente. Há 15 anos em atividade, a Coana recebe do Incra apoio para assistência técnica, por meio de convênio com o governo paranaense.
Alvício Cristo, morador do assentamento Pontal do Tigre, em Querência do Norte, é um dos cooperativados. Ele planta arroz no lote de 40 hectares e colhe, em média, mil sacos do produto por ano. “Trabalhava como agregado no Oeste do Paraná e cheguei a ir para Santa Catarina em busca de trabalho, mas não encontrei. Queria continuar no campo e agora não saio mais do meu lote”, diz. Com a renda obtida, ele investe em maquinário e em melhorias na residência – de alvenaria e quatro quartos.
Outro assentado do Pontal do Tigre que se dedica ao plantio do cereal e faz parte da Coana é Celso Anghiloni, que há 13 anos vive na área de reforma agrária. “Só com o arroz, a renda líquida mensal de cada família gira em torno de R$ 3 mil por mês”, conta.
Centros produtores de alimentos
Para o superintendente regional do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, a posição de destaque de Querência do Norte na pesquisa PAM 2010 evidencia a importância da criação de assentamentos nos municípios. “Temos um caso emblemático de como a reforma agrária dá certo com a organização dos assentados em atividades produtivas. Os assentamentos podem e devem ser centros produtores de alimentos”, reforça Guedes.
Em junho deste ano, o município recebeu a visita do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, do presidente do Incra, Celso Lisboa de Lacerda, e do diretor de investimentos do BNDES, Élvio Gaspar. Eles conheceram a usina de beneficiamento de arroz e o laticínio da Coana, que em 2007 foi beneficiada com R$ 1,5 milhão do BNDES para fortalecer a cadeia do leite.