Curso Sindical forma trabalhadores rurais e camponeses para a luta

 

Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST

 
A Articulação dos Empregados Rurais de Minas Gerais (ADERE), em parceria com o MST, realiza o curso de formação política para trabalhadores e militantes de sindicatos rurais, no Assentamento Primeiro do Sul, em Minas Gerais.

A região é palco de um dos maiores conflitos de luta pela terra – Usina Ariadnópolis – e da exploração de milhares de trabalhadores todos os anos, nas colheitas de café. O curso, dividido em cinco módulos, iniciou em outubro e, no sábado, 26 de novembro, encerrou a segunda etapa.

 

Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST

 
A Articulação dos Empregados Rurais de Minas Gerais (ADERE), em parceria com o MST, realiza o curso de formação política para trabalhadores e militantes de sindicatos rurais, no Assentamento Primeiro do Sul, em Minas Gerais.

A região é palco de um dos maiores conflitos de luta pela terra – Usina Ariadnópolis – e da exploração de milhares de trabalhadores todos os anos, nas colheitas de café. O curso, dividido em cinco módulos, iniciou em outubro e, no sábado, 26 de novembro, encerrou a segunda etapa.

A ADERE reúne 14 sindicatos e uma base em torno de 50 a 60 mil trabalhadores. Trata-se de uma organização relativamente nova, com apenas 3 anos de existência, que seguindo a experiência da Via Campesina, viu no estudo uma saída para entender o processo de desgaste que o movimento sindical vem sofrendo, com o distanciamento das bases, a fragmentação e a renúncia à luta de classes.

O dirigente da ADERE, Jorge Ferreira dos Santos Filho, enfatiza que esta é uma tentativa de revitalizar o movimento sindical, “é bom lembrar que quando discutimos essa formação é por compreender que o movimento sindical não tem mais interesse de formar lideranças para a luta”. “Para ser um sindicato diferente, vimos que precisaria ter muita formação política”, ele constata.

A formação de militantes sindicais foi elaborada pelo Núcleo Sindical da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), a partir de uma demanda de sindicatos do país inteiro. “O curso retoma um processo continuado de formação que ajuda a entender os desafios da atual luta de classes”, afirma Frederico Santana, educador do Núcleo.

O conteúdo dos módulos é elaborado de acordo com a realidade de cada organização, portanto há temas específicos, que são pensados pelos educadores da ENFF, com a orientação pedagógica do Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiæ (CEPIS). Este curso, especificamente, é direcionado aos assalariados do campo e aos camponeses sem terra, por isso além de abordar temas como o mundo do trabalho, conceitos fundamentais da teoria marxista, atuação sindical, haverá um módulo de questão agrária e relações capitalistas no campo. Por fim, será discutido o projeto popular para o Brasil.

Os objetivos também vão além do estudo, como ressalta Silvio Netto, dirigente do MST no Sul de Minas: “o Curso Sindical Rural é parte de um processo de articulação e de afinidade nas pautas com os sindicatos da ADERE e que também compõem a Via Campesina”.

Ele reitera “precisamos garantir o alicerce teórico para a qualidade das nossas lutas” e ainda explica, “o atual modelo hegemônico no campo brasileiro, só vai ser superado com a articulação entre os camponeses sem terra, os agricultores familiares e os proletários do campo.”

Os organizadores do curso concordam que a experiência dos 27 anos de enfrentamento ao latifúndio e ao agronegócio do MST, utilizada como combustível para as lutas sindicais, representa mais um passo diante do desafio de contrapor o capital brasileiro no campo, o agronegócio. Iniciativas como esta precisam se alastrar por todo território brasileiro.