Agronegócio depende do Tesouro Nacional e mercado financeiro para custeio
Por Fernando Teixeira e Cláudio Gradilone
Da IstoéDinheiro
Ano após ano, os empresários do agronegócio correm atrás de financiamentos. A estimativa para 2012 é de um orçamento de R$ 160 bilhões apenas para o custeio da safra, que inclui mão de obra, sementes, fertilizantes e agrotóxicos, sem contar os investimentos.
Por Fernando Teixeira e Cláudio Gradilone
Da IstoéDinheiro
Ano após ano, os empresários do agronegócio correm atrás de financiamentos. A estimativa para 2012 é de um orçamento de R$ 160 bilhões apenas para o custeio da safra, que inclui mão de obra, sementes, fertilizantes e agrotóxicos, sem contar os investimentos.
Boa parte disso, cerca de R$ 100 bilhões, virá do Tesouro Nacional e das fontes tradicionais de crédito agrícola. A parcela restante terá de ser financiada com recursos próprios dos produtores ou pelo mercado de capitais. E essa segunda alternativa vem criando oportunidades para os investidores.
A principal dessas novidades é o Certificado de Recebíveis Agropecuários (CRA). Primo dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), o CRA é um título de renda fixa cuja rentabilidade é garantida pelos ganhos do plantar e do colher. Lançado em 2004, ele vem ganhando espaço no mercado. Em 2011, até novembro, foram emitidos R$ 318 milhões, um crescimento de 622% em relação a 2010. “Esses papéis vão ganhar cada vez mais importância no financiamento do agronegócio, por permitirem a vinda dos recursos do mercado de capitais”, diz José Vicente Ferraz, sócio da consultoria paulista Inform Economics.
Segundo Moacir Teixeira, sócio da empresa de securitização Ecoagro, de São Paulo, há cerca de R$ 400 milhões em emissões sendo preparadas só para os dois primeiros meses de 2012. Fundamentais para o produtor, os CRA são garantia de ganhos férteis para o investidor, especialmente em um cenário de queda de taxas de juros, diz Raphael Perim Covre, diretor do Banco Fator. Eles têm um ponto em comum com os papéis imobiliários, a isenção de imposto, mas oferecem duas vantagens. Uma delas são prazos menores. Esses títulos costumam vencer em, no máximo, dois anos, ao contrário dos CRI, cujos prazos chegam a dez anos.