Luta no 17 de abril tem caráter internacional
Da Página da Via Campesina
Camponesas, camponeses e seus aliados celebram o 17 de abril, o Dia Internacional das Lutas Camponesas, com a organização de mais de 250 ações e manifestações em todo o planeta.
Da Página da Via Campesina
Camponesas, camponeses e seus aliados celebram o 17 de abril, o Dia Internacional das Lutas Camponesas, com a organização de mais de 250 ações e manifestações em todo o planeta.
Esse evento relembra o massacre de 21 camponeses sem terra que protestavam pelo acesso a terras e justiça em 1996, no Brasil. Uma lista completa das ações, desde aulas universitárias à ocupações de terras, está disponível no site www.viacampesina.org
O movimento camponês internacional Via Campesina se mobiliza este ano para se opor à ofensiva atual de alguns estados e grandes empresas multinacionais para monopolizar terras que os camponeses tem cultivado durante centenas de anos. A demanda das camponesas e camponeses é simples: precisam ter acesso a terra para produzir alimento de suas comunidades. Quando a terra é usurpada pelas multinacionais, elas se tornam imensas monoculturas de exportação. Isso só aumenta a fome, o mal-estar social e a devastação do meio ambiente, o que inclui o atual caos climático.
Organizações camponesas reclamam terra em todo o Brasil, organizaram mobilizações massivas contra o monopólio de terras em Tete (Moçambique), farão frente ao Tribunal Constitucional em Yakarta (Indonésia) e semearão flores e plantas silvesres em uma rotatória na Bretaña francesa.
Esse dia de ação acontecerá alguns dias antes da Conferência do Banco Mundial sobre Terra e Pobreza (em Washington de 23 a 26 de abril). As mobilizações da Via Campesina darão voz à oposição das camponesas e camponeses contra a iniciativa do Banco Mundial de Inversão Agrícola Responsável (RAI, sigla em inglês) que supostamente irá previnir os abusos de monopólio de terras, mas que na verdade legitimará o dito monopólio de terras de cultivo por empresas e estados.
“Na estrada para a Conferência Rio + 20, os camponeses, partidários da soberania alimentar e o movimento agroecológico estão opondo-se ativamente ao “capitalismo verde” que está se promovendo internacionalmente. Acreditamos que a terra, a água, as sementes e todos os recursos naturais devem ser utilizados pelas camponesas e camponeses para alimentar o mundo e protegê-lo, não para que as empresas transnacionais obtenham seus benefícios”, disse Henry Saragij, coordenador geral da Via Campesina.