Latifúndio segue matando trabalhadores rurais indiscriminadamente
Eis a nota de pesar e repúdio.
Estarrecida, a sociedade maranhense recebe mais uma notícia da cruel situação em nosso Estado, ao ser informado sobre o assassinato do senhor Raimundo Alves Borges (conhecido como Cabeça), trabalhador rural, líder sindical e agente das Comunidades Eclesiais de Base da diocese de Viana, ocorrido em Buriticupu, no dia 14 de abril de 2012.
Tudo indica que se trata mais uma vez da agressiva disputa do latifúndio porque “cobiçam campos, e os roubam; querem uma casa, e a tomam.” Assumimos a voz profética de Miquéias que vaticina: “São vocês os inimigos do meu povo: de quem está sem o manto, vocês exigem a veste; a quem vive tranqüilo, vocês tratam como se estivesse em guerra; vocês expulsam da felicidade de seus lares as mulheres do meu povo, e tiram dos seus filhos a liberdade que eu lhes tinha dado para sempre.” Cabeça foi uma dessas pessoas que lutava e se empenhava e não media forças para defender os direitos mais sagrados dos seus companheiros. Foi por isso que lhe foi tirada a vida.
Não é a primeira vítima da violência que sofreu uma agressão mortal no município de Buriticupu. Como nas outras vezes, não podemos ficar calados diante de mais esse fato de profunda injustiça. E cobramos do Governo do Estado, dos responsáveis pela Segurança Pública, do Poder Judiciário medidas enérgicas para que sejam apuradas as responsabilidades pela morte de Raimundo, que sejam em definitivo resolvidas as questões de posse e uso da terra em nosso Estado em favor daqueles que dela precisam para trabalhar e viver, e que os Direitos das Pessoas que permanecem aguardando soluções duradouras sejam respeitados pelo poder público.
Santa Inês, 15 de abril de 2012
Equipe Regional das CEBS do Maranhão