Sem Terra bloqueiam rodovias em 15 pontos e ocupam dois latifúndios em PE
Da Página do MST
Mais de 2.500 trabalhadores rurais Sem Terra fecharam nesta terça-feira, o 17 de Abril, 15 pontos das principais rodovias de acesso do estado em protesto contra a violência e a impunidade dos crimes cometidos pelo latifúndio.
O principal exemplo da impunidade da violência no campo é que ninguém foi preso pelo Massacre de Eldorado dos Carajás depois de 16 anos.
Foram trancadas 14 rodovias e vias de acesso ao estado, como a ponte que liga as cidades de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia;
Da Página do MST
Mais de 2.500 trabalhadores rurais Sem Terra fecharam nesta terça-feira, o 17 de Abril, 15 pontos das principais rodovias de acesso do estado em protesto contra a violência e a impunidade dos crimes cometidos pelo latifúndio.
O principal exemplo da impunidade da violência no campo é que ninguém foi preso pelo Massacre de Eldorado dos Carajás depois de 16 anos.
Foram trancadas 14 rodovias e vias de acesso ao estado, como a ponte que liga as cidades de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia;
Foi bloqueada também a BR 104 nos trechos norte e sul, que ligam o agreste à zona da mata do estado; e vários trechos da BR 232, que corta o estado do litoral ao sertão.
Veja tabela abaixo.
Estrada Local Pessoas
BR 428 Lagoa Grande 150
Ponte Petrolina / Juazeiro 400
BR 232 Serra Talhada – trevo de Afogados 300
PE 300 Ibimirim / Inajá 400
BR 316 Floresta /Trevo Serra 100
BR 432 Águas Belas 200
BR 232 Pesqueira – trevo de Alagoinha 250
BR 104 Norte Caruaru 150
BR 232 Gravatá 120
BR 104 Sul Agrestina 80
PE 103 Trevo Agrestina / Palmares 80
PE 60 Cabo de Santo Agostinho / Ipojuca 75
BR 101 Sul Escada 70
BR 232 Moreno 180
BR 408 São Lourenço da Mata 85
Foram ocupados mais dois latifúndios em Pernambuco: no município de Feira Nova, cerca de 70 familias ocuparam a fazenda Soledade, um latifúndio improdutivo de mais de 2.500 hectares. Em Pesqueira, 110 famílias ocuparam a fazenda Supranor, uma empresa de produção de ração animal.
Violência
O estado de Pernambuco é historicamente reconhecido por ser um dos mais violentos em relação a conflitos agrários no país. Fatos recentes têm reafirmado esse triste título. Em menos de um mês dois trabalhadores Sem Terra foram assassinados no estado, os agricultores Antônio Tilingo e Pedro Bruno, respectivamente no agreste e na Zona da Mata. Ambos os crimes foram emboscadas ligadas à luta pela terra, com fortes indícios de envolvimento de fazendeiros como mandantes. No mesmo período cinco Sem Terra foram baleados e um foi espancado pelo representante da Fazenda Serro Azul, localizada no município de Altinho. Além disso, o MST possui uma lista de cerca de 15 nomes de dirigentes e lideranças ameaçadas de morte no estado.
Os Sem Terra denunciam ainda o envolvimento de policiais como milícias armadas de fazendeiros e a conivência de membros do poder judiciário com a violência, e exigem ações imediatas do governo do Estado, tanto para apurar os crimes e punir os responsáveis, como para apurar as relações dos poderes públicos com fazendeiros criminosos. Eles exigem, principalmente, que todas as áreas de conflitos, em que proprietários estejam envolvidos em crimes e atos de violência, sejam desapropriadas por interesse social para fins de Reforma Agrária.
A ação acontece em todo o Brasil, onde nesse momento Trabalhadores Sem Terra em vários estados do Brasil estão realizando trancamentos de BRs em homenagem a todos os trabalhadores e trabalhadoras que sofreram qualquer ato de violência, injustiça e impunidade no campo, principalmente em homenagem aos 21 Sem Terra que foram assassinados pela força Policial no estado do Pará, no município de Marabá (Eldorado dos Carajás), no dia 17 de abril de 1996, que se tornou oficialmente o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Depois de 16 anos de um massacre de repercussão internacional, ninguém foi preso e o país ainda não resolveu os problemas da pobreza no campo nem acabou com o latifúndio, que continua promovendo diversos atos de violência.