Duas mil pessoas pedem “Veta Dilma” no Parque do Ibirapuera, em São Paulo

 

Da SOS Mata Atlântica


Na manhã de domingo (20/5), cerca de 2 mil pessoas se vestiram de verde e se reuniram no ato público #VetaTudoDilma, que pede o veto integral da presidente Dilma Rousseff ao projeto do novo Código Florestal.

A concentração começou, às 10h, em frente ao Monumento às Bandeiras, do lado de fora do Parque Ibirapuera, e depois seguiu para a Arena de Eventos do Parque, onde acontece a oitava edição do Viva a Mata, maior evento brasileiro em prol da Mata Atlântica.

 

Da SOS Mata Atlântica

Na manhã de domingo (20/5), cerca de 2 mil pessoas se vestiram de verde e se reuniram no ato público #VetaTudoDilma, que pede o veto integral da presidente Dilma Rousseff ao projeto do novo Código Florestal.

A concentração começou, às 10h, em frente ao Monumento às Bandeiras, do lado de fora do Parque Ibirapuera, e depois seguiu para a Arena de Eventos do Parque, onde acontece a oitava edição do Viva a Mata, maior evento brasileiro em prol da Mata Atlântica.

A manifestação foi organizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, com apoio dos comitês em Defesa das Florestas nacional e paulista, coalizões formadas por centenas de organizações da sociedade civil brasileira.

“Milhares de pessoas, vindas de todos estados brasileiros, estão hoje aqui reunidas para dizer que o patrimônio brasileiro é de toda a sociedade e que a legislação ambiental não pode ser alterada para atender a interesses de pequenos grupos”, destacou Mario Mantovani, diretor de Política Públicas da SOS Mata Atlântica, um pouco antes de solicitar aos manifestantes que erguessem o cartaz que trazia o resultado da petição online da Avaaz contrária ao novo Código.

“Um total de 1.800.696 pessoas assinaram o pedido de veto à presidente. Em números, igualamos às assinaturas da campanha Ficha Limpa, o que demonstra como a sociedade está mobilizada para evitar o retrocesso de nossa legislação”.

Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação, chamou atenção para o impacto do Código Florestal nas áreas de nascentes e beiras de rios, um dos pontos mais delicados de toda a discussão sobre a nova lei. “Sem floresta não há água. O Código Florestal atual dá garantia de vida para a sociedade, pois segue todas as bases da legislação ambiental brasileira e protege nossos rios, mares e florestas.”

Quem também participou do ato foi o ator e ativista Victor Fasano. Ele ressaltou que esta foi a última chance de a sociedade para pedir o veto à presidente. “Quem vai decidir o futuro do Brasil somos nós. Está na hora de enxergar nossas árvores e nossas florestas como monumentos da nossa cultura e da nossa história. Graças a uma árvore nosso país se chama Brasil. Temos a maior floresta tropical do mundo e precisamos preservá-la.”

Fasano destacou ainda que “o Código Florestal precisava sim de mudanças, mas baseadas no que cientistas, biólogos, estudiosos e agrônomos têm a dizer, e não na vontade de poucos políticos”.

Histórico

Aprovado pela Câmara dos Deputados em 25 de abril, o projeto do novo Código Florestal está agora no Palácio do Planalto, onde pode ou não ser sancionado pela presidente. Dilma tem até o dia 25 de maio para vetar integralmente ou em partes esse texto do Código Florestal, que prejudica e muito a proteção do meio ambiente e das florestas. O texto aprovado também promove anistia a quem desmatou, beneficiando quem descumpriu a lei, e incentiva novos desmatamentos.

Desde o lançamento do primeiro relatório da alteração do Código Florestal, a SOS Mata Atlântica e diversas organizações vêm se mobilizando para o debate e acompanhamento do tema.

Em 7 de abril de 2011, aconteceu, em Brasília, o Ato Público “Marcha dos trabalhadores em defesa do Código Florestal, contra o Uso de Agrotóxicos e pela Reforma Agrária”. Nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, mobilizações foram realizadas simultaneamente, no dia 5 de maio.

Há um ano, durante o Viva a Mata 2011, a SOS Mata Atlântica promoveu uma manifestação no Parque Ibirapuera, semelhante à ação de 2012. Entre as ONGs que participaram da mobilização estavam WWF Brasil, Greenpeace, Pau Brasil, Ecosurfi, Reserva da Biosfera, Amigos do Futuro e Instituto Anendeporâ, entre outros.

Em 7 de junho do mesmo ano, foi lançado o Comitê de Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que possui braços regionais em Estados do país. Paralelamente, a campanha #florestafazadiferença foi divulgada pelas redes sociais, promovendo a mobilização da população com campanhas que envolvem também a participação de artistas engajados no tema.

Já a campanha nacional “Mangue Faz a Diferença” foi lançada em janeiro deste ano para alertar e mobilizar a sociedade sobre o impacto das alterações do Código Florestal nos manguezais. A iniciativa foi da Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com dezenas de organizações de todo o país.

Em um mês e meio de atividades foram realizadas 37 mobilizações em 13 Estados brasileiros (CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, ES, RJ, SC, PR, SP e RS), mais o Distrito Federal.  Um total de 87 instituições aderiu à iniciativa e as manifestações da campanha alcançaram pelo menos 50 mil pessoas em todo o País.