Evo defende nacionalização dos recursos naturais para desenvolvimento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da Radio Sur

O presidente da Bolívia Evo Morales convocou os governos do mundo a nacionalizar os seus recursos naturais, de forma a transformar os Estados em detentores de sua riqueza, o que criará um novo paradigma de desenvolvimento social.

Ele proferiu esse discurso depois de inaugurar na quinta-feira, na cidade boliviana de Santa Cruz, o 2º Congresso de Gás e Petróleo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da Radio Sur

O presidente da Bolívia Evo Morales convocou os governos do mundo a nacionalizar os seus recursos naturais, de forma a transformar os Estados em detentores de sua riqueza, o que criará um novo paradigma de desenvolvimento social.

Ele proferiu esse discurso depois de inaugurar na quinta-feira, na cidade boliviana de Santa Cruz, o 2º Congresso de Gás e Petróleo.

Ao descrever, em números, a mudança substancial que a nacionalização dos hidrocarbonetos (ocorrida em maio de 2006), que desde 1995 estavam nas mãos de 21 consórcios transnacionais, representou para a economia boliviana, o presidente recomendou “a todo mundo” a posse, pelo poder do Estado, da riqueza natural, como ponta de lança para enfrentar a pobreza.

“Existem transnacionais que se apossam (da riqueza natural) e a pobreza cresce”, afirmou perante um auditório formado por representantes de petroleiras multiestatais e privadas de países da América e da Europa, que assistiam ao II Congresso de Gás e Petróleo, organizado pela estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e que se encerra na sexta em Santa Cruz.

A Bolívia possui a segunda reserva provada e provável de gás natural da América do Sul, que beira aos 20 trilhões de pés cúbicos (TPC), equivalente a 14% da reserva Venezuelana (147 TPC), a primeira do continente.

A posse da riqueza das nações nas mãos privadas gera pobreza e os “governos acabam não tendo recursos econômicos para investir na esfera social”, enfatizou o presidente de esquerda, cuja administração já dura seis anos, na qual mais de um milhão de bolivianos abandonaram a pobreza extrema e passaram a fazer parte de uma classe média criolla emergente.

Morales, que atacou a geração de energia como meio de lucro, ostentou o sucesso de sua administração, em matéria econômica e social, na nacionalização dos hidrocarbonetos, o que entre outras coisas lhe permitiram entesourar uma Reserva Internacional Neta (RIN) de mais de 13 milhões de dólares nos últimos cinco anos.

Quando Morales assumiu o governo da Bolívia em 2006, a RIN era de cerca de 1700 milhões de dólares, a segunda mais baixa da região, apenas acima do Haíti, o país mais pobre da América Latina e do Caribe.

Além disso, deu bonificações anuais e vitalícias a funcionários antigos, estagiários, gestantes e mães em licença maternidade.

Morales, que também nacionalizou as telecomunicações, a geração de transporte de energia elétrica, além de fábricas de polimetais, salientou para os presentes no II Congresso de Gás e Petróleo, onde participavam profissionais e empresários de 13 países da América, Europa, França e Suiça, o crescimento do investimento público na Bolívia, virtude do rendimento da nacionalização dos hidrocarbonetos.

“Quanto era o investimento público em 2005? Apenas 600 milhões de dólares, e agora, este ano, está estimado em mais de cinco bilhões de dólares”.

Também sublinhou que a receita da YPFB, empresa privatizada em 1996 e que foi nacionalizada em 2006, cresceu nos últimos cinco anos 1000%, até alcançar receita de três bilhões de dólares em 2011.

A YPFB controla desde 2006, de forma gradativa, a cadeia de exploração, produção e transporte de gás e petróleo, em consórcio com as mais importantes das 20 empresas que gerenciaram entre 1995 e 2005 os hidrocarbonetos do país.

“Isso mudou totalmente e, por isso, com a nossa experiência, digo a vocês e ao mundo o quão importante é que o povo tenha controle sobre seus recursos naturais”, insistiu.

O governante indígena, que tenta agora industrializar o setor, sempre sob o controle estatal, disse que sua política para o setor de hidrocarbonos não exclui a participação de capitais privados, contanto que se trate de uma sociedade.

“Não queremos donos dos nossos recursos naturais, mas necessitamos sim de sócios e operadores, e vamos cumprimentar e saudar as empresas que entenderam nossa proposta”, disse ao assinalar que após a nacionalização do setor as transnacionais petroleiras que operam no país entre 1995 e 2005 se ajustaram às condições do Estado Boliviano. Morales voltou a dar seus respeitos ao investimento privado e o lucro que este obtém.