Sem Terra comemoram seus 23 anos de luta, resistência e conquista no Ceará
Por Paulo Henrique Campos
Da Página do MST
Há exatos 23 anos, no dia 25 de maio de 1989, 300 famílias Sem Terra ocuparam as Fazendas Reunidas São Joaquim, no município de Quixeramobim, no Ceará. Nove dias depois, além das 300 famílias acampadas, outras 200 também foram assentadas na área.
Por Paulo Henrique Campos
Da Página do MST
Há exatos 23 anos, no dia 25 de maio de 1989, 300 famílias Sem Terra ocuparam as Fazendas Reunidas São Joaquim, no município de Quixeramobim, no Ceará. Nove dias depois, além das 300 famílias acampadas, outras 200 também foram assentadas na área.
Apenas alguns meses depois, logo no início de setembro, outras 800 famílias estavam prontas para ocupar a Fazenda Tiracanga, em Canindé. Entretanto, nessa propriedade as coisas foram bem mais complicadas. Parte das famílias que estavam preparadas para a ação foram bloqueadas na estrada pela União Democrática Ruralista (UDR), impossibilitando-as de continuarem a empreitada. Todavia, cerca de 600 conseguiram entrar, e as que restaram ocuparam a Fazenda Touros, em Itapiúna.
Pouco tempo depois sofreram despejo, mas foram transferidas para outra fazenda experimental em Santa Quitéria. Em ambos os casos, apesar dos despejos, as famílias envolvidas conseguiram ser assentadas.
Destas lutas, os cearenses davam seus primeiros passos para a criação do MST no estado, cujas vitórias foram fundamentais para a constituição do Movimento na região.
Diante desses feitos, 25 de maio se tornou um marco na história da luta pela terra, com a superação de diversas dificuldades, como a criminalização, o preconceito, o isolamento e a morte.
Desde o último dia 20, a militância do MST no Ceará está reunida no encontro da coordenação estadual, onde debatem a preparação para o 6° Congresso Nacional do MST. Nesta sexta-feira (25), haverá uma programação especial para a comemoração dos 23 anos do Movimento no estado.
Ao longo dessas mais de duas décadas, foram muitas as conquistas: a formação da consciência, a libertação, a conquista da terra, da habitação, da alfabetização, de escolas, de rádios comunitárias, do cinema da terra, de cursos de formação, a formação de médicos, as cooperativas, o apoio da sociedade, a produção.
Conquistas que foram responsáveis por tornarem homens e mulheres livres, ao decidirem dizer não à exploração, à fome e miséria. Ao perderem o medo, romperem o silêncio e seguir marchando rumo à libertação. Descobriram que unidos são mais fortes e, com isso, deram as mãos e se organizaram em torno da revolta dos oprimidos contra a altivez dos opressores.