Crianças de Escola Itinerante fazem pesquisa sobre sementes crioulas no PR
Da Página do MST
Os estudantes da Escola Itinerante Maria Aparecida R. Franciosi, localizado no pré-assentamento Eli Vive, no distrito de Lerroville, em Londrina (PR), apresentaram o resultado da Pesquisa sobre as Sementes Crioulas que desenvolveram no local.
Da Página do MST
Os estudantes da Escola Itinerante Maria Aparecida R. Franciosi, localizado no pré-assentamento Eli Vive, no distrito de Lerroville, em Londrina (PR), apresentaram o resultado da Pesquisa sobre as Sementes Crioulas que desenvolveram no local.
A pesquisa, que teve pouco mais de um mês de duração, foi planejada e executada por aproximadamente 400 educandos desde ensino infantil ao ensino médio e pelos professores, a partir de uma preocupação em fazer o levantamento do que as famílias vêm produzindo ou deixando de produzir, e o que estão armazenando de sementes crioulas.
“O trabalho de pesquisar as sementes crioulas iniciou há cerca de um mês. Todos os nossos estudantes se envolveram, cada sala ficou responsável por pesquisar um tipo de semente, como milho, café, arroz, feijão e melancia. Além disso, eles tinham que organizar uma apresentação, além de produzir um tipo de comida com a semente que ficaram responsáveis em pesquisar”, explica Maria Antonia Assis, uma das coordenadoras da escola.
Segundo Igor Denadai, educador da escola, o trabalho desenvolvido tem dois grande objetivos: fazer o levantamento da produção de sementes crioulas e aproximar a escola da comunidade.
“Esse trabalho aproximou ainda mais a comunidade da escola, pois passamos nas 540 casas dos assentados pesquisando o que eles estão fazendo com as sementes, desde o armazenamento, a produção até a colheita”. E acrescenta, “algo bem importante que foi levantado nesse trabalho é o número de pessoas que moram na nossa área. atualmente temos 1.593 habitantes aqui.”
A educanda Silvana Nascimento Ribeiro, de oito anos, que está estudando no 4°ano do ensino fundamental, comenta que o trabalho a ensinou a importância de cultivar as sementes sem usar veneno. “É bem legal e importante quando apresentamos e falamos sobre as sementes. Eu aprendi que não devemos usar veneno, é preciso cultivar. Antes não prejudicávamos elas com veneno, e temos que continuar assim.”
O integrante da coordenação da Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA), José Maria Tardin, explica que a pesquisa aparenta ser simples, mas é um retrato importante da realidade dos camponeses. “Essa pesquisa mostra detalhadamente o quanto nós estamos nos apoderando política e tecnicamente da nossa capacidade de trabalho de produção e estudo”.
Ainda segundo Tardin, o trabalho desenvolvido não pode ser esquecido, é necessário um retorno para o conjunto de famílias e setores do MST. “A pesquisa não pode ser colocada na prateleira, é necessário retornar para às salas de aula, às famílias e, além disso, deve ser discutida pelo setor de produção do assentamento Eli Vive. Essa escola está de parabéns pela grande iniciativa”, conclui.