Assentados exportam 500 toneladas de feijão para Venezuela


Do MDA

Um navio cargueiro vai zarpar nesta quarta-feira (31) com destino a Venezuela, transportando uma carga de 500 toneladas de sementes de feijão preto, produzidas no Projeto de Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, divisa com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul. São 12,5 mil sacas de 40 quilos cada que deverão ser entregues em 15 dias ao governo para distribuição aos agricultores familiares venezuelanos ainda em novembro deste ano, para iniciarem o plantio do feijão.

Do MDA

Um navio cargueiro vai zarpar nesta quarta-feira (31) com destino a Venezuela, transportando uma carga de 500 toneladas de sementes de feijão preto, produzidas no Projeto de Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, divisa com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul. São 12,5 mil sacas de 40 quilos cada que deverão ser entregues em 15 dias ao governo para distribuição aos agricultores familiares venezuelanos ainda em novembro deste ano, para iniciarem o plantio do feijão.

Além de lucro, a exportação foi uma grande experiência para os assentados. Eles aprenderam na prática sobre os mecanismos que regem os negócios com outros países. Seguro, frete, tipos de embalagens, empresas de importação e exportação que entram na transação comercial e o mais importante de todo processo: “os preços lá fora são melhores, em relação ao nosso mercado interno. Um saco com 40 quilos dessa semente aqui custa R$ 200 e lá na Venezuela pagam R$ 280,00”. A observação é de Ronaldo Pucci, presidente da Copaceres, Cooperativa Agroindustrial Ceres, instalada dentro do assentamento no extremo sul do Estado.

Pucci explica que 180 associados da cooperativa participaram da negociação, e obtiveram lucro de 20%. O percentual é referente ao valor líquido, isto é, do preço total do negócio, R$ 3,5 milhões, descontando-se o valor do frete e do seguro. “É um bom preço, bem maior do que se fosse vendido aqui no Brasil. Vale a pena investir nesse mercado”, afirma o presidente da Copaceres.

Novo carregamento
Já está sendo negociada a exportação de um novo carregamento de mais 500 toneladas do mesmo produto, que é chamado pelos venezuelanos de “caraota negra”. Segundo os técnicos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que coordenou todos os passos da comercialização, a possibilidade de manter as exportações com a Venezuela é bem provável. De acordo com os técnicos, o MST está conversando sobre negócios. “A Venezuela não é um país tradicionalmente agrícola, precisa de tudo sobre agricultura e o governo está empenhado em acelerar o programa de soberania alimentar”, afirmam.

Para o associado da Copaceres, Jusceli Santos, “não foi pouco o trabalho para chegar a esse nível comercial. O MST ficou dois anos orientando os venezuelanos sobre a produção de feijão preto. Existe aí também a grande força da Embrapa-Dourados fornecendo a garantia das sementes orgânicas, apoio estratégico para a cooperativa. O Incra/MS foi fundamentalmente importante, com o apoio logístico e procedimentos legais, para instalação da sede”, disse.

Segundo o superintendente do Incra/MS, Celso Cestaria, as próximas exportações do Assentamento Itamarati serão menos trabalhosas. Um dos recursos é a recuperação dos armazéns e outros meios para o preparo, embalagem e transportes, da antiga Fazenda Itamarati – que foi um dos pontos brasileiros de maior exportação individual de soja no mundo.