Encontro Estadual do MST na Bahia debate o papel dos movimentos sociais
Por Wesley Lima
Da Página do MST
Por Wesley Lima
Da Página do MST
O processo de formação dentro do MST é uma ação continua e permanente. Os debates em torno das questões sociais é a principal ferramenta de luta. Pensando nisto os temas que estão ligados a classe trabalhadora é a base conceitual das discussões do 25º Encontro Estadual do MST na Bahia, que está sendo realizado no Assentamento Terra a Vista, localizado no município de Arataca, entre os dias 19 e 21.
Além de desenvolver um espaço de estudo, o encontro se propõe a fazer uma avaliação do último período, planejar as ações futuras e eleger a nova direção estadual do MST na Bahia. Ao todo, espera-se a presença de cerca de 900 militantes.
“Este encontro é determinante para a nossa organicidade. Um dos pontos que devem ser levados em consideração é que o MST na Bahia acabou de completar 25 anos, sendo este um período propício para construirmos novas metodologias e logísticas de luta. E um segundo ponto é a nossa preparação para o 6° Congresso Nacional do MST”, afirma Verá Lúcia, Secretária de Política para as Mulheres na Bahia.
Neste contexto, o tema “A luta de classes e a hegemonia” foi o ponto propulsor das discussões no primeiro dia de encontro. A complexidade do tema em questão caracteriza as analogias sociais estabelecidas pelo sistema capitalista e as relações de poder historicamente vistas.
Mediando a discussão, a companheira Kelli Mafort, da direção nacional do MST, apresentou uma reflexão dialogando com os processos históricos da luta de classes tendo como referência Karl Marx.
De acordo com Kelli, “a classe dominante tenta fragmentar a classe trabalhadora, indicando que é impossível se organizar coletivamente”.
No entanto, esta ideia já está ultrapassada e vencida pelos movimentos sociais, que são exemplos perfeitos da organização e lutas coletivas. Para Kelli, “o capitalismo não serve para a classe trabalhadora e o papel dos movimentos sociais é utilizar as brechas do sistema para levantar as bandeiras de lutas de cada movimento”.
Ela avalia que estas brechas estão ligadas com as apropriações produtivas, como: monocultivos, o uso de agrotóxicos, a destruição do meio ambiente. Utilizando estes espaços para debate as organizações sociais podem construir socialmente uma luta unificada que possa fortalecer a classe trabalhadora na atual conjuntura.
Para a direção do MST no estado, o debate nesta perspectiva traz como proposta pensar ações capazes de construir junto aos demais setores da classe trabalhadora lutas unificadas que possam promover mudanças sociais.