MST e aliados do Triâgulo lançam Campanha de Justiça para Felisburgo
Da Página do MST
No último sábado, 15/02, cerca 100 de trabalhadores e trabalhadoras do MST e apoiadores da Reforma Agária, realizaram um Ato de lançamento da Campanha Justiça para Felisburgo, no Assentamento Emiliano Zapata, em Uberlândia, no Triangulo Mineiro.
A Campanha exige a condenação do fazendeiro confesso Adriano Chafik Luedyna, responsável pelo Massacre de Felisburgo e dos dezessete pistoleiros que participaram do crime; além da desapropriação imediata para fins de Reforma Agrária, da fazenda Nova Alegria onde ocorreu o Massacre, indenização e reparação das vítimas, fim da violência contra os trabalhadores rurais e a realização da Reforma Agrária.
O lançamento ocorreu durante um encontro com a presença de mais 30 aliados/as e amigos/as da luta pela terra e Reforma Agrária, representando cerca de quinze organizações e entidades do Triangulo Mineiro, no Assentamento Emiliano Zapata. Os convidados assistiram a uma apresentação teatral que resgatou o sofrimento das vítimas de Felisburgo e o vídeo – Justiça para Felisburgo: 8 anos de Impunidade, sobre o massacre. Em seguida, foi realizado um debate sobre a violência no campo e a Reforma Agrária, e confraternização com churrasco.
Segundo a integrante da coordenação nacional do MST de Minas Gerais, Vânia de Oliveira, o encontro representou um importante espaço de diálogo e confraternização entre os trabalhadores rurais e urbanos, em relação ao debate e apoio à Reforma Agrária. Com um caráter de aliança dos trabalhadores, na medida em que outros segmentos da sociedade se inserem na Campanha por Justiça a Felisburgo e passam a exigir punição contra os latifundiários que assassinam trabalhadores, no estado.
“É fundamental que outras organizações façam coro pela punição dos assassinos de trabalhadores rurais e o fim da violência do latifúndio no campo. Além disso, a parceria entre os movimentos e organizações dos trabalhadores contribuem para a defesa da Reforma Agrária popular, democratização da terra e a mudança da estrutura social”, explica.
A condenação do fazendeiro, réu confesso do Massacre de Felisburgo, Adriano Chafik, é urgente para evitar e eminência de novos massacres na região. O Massacre demonstra a continuidade da violência do latifúndio contra o trabalhador rural no campo, devido a não realização da Reforma Agrária pelo governo federal, que garanta condições dignas de vida e trabalho para os trabalhadores rurais.
Massacre de Felisburgo
Em novembro do ano passado o Massacre de Felisburgo completou oito anos de impunidade. O julgamento do fazendeiro Chafik, mandante confesso do Massacre de Felisburgo, deveria ocorrer em janeiro deste ano em Belo Horizonte, mas foi adiado e ainda não tem data prevista para acontecer.
No dia 20 de novembro de 2004, Chafik e mais dezessete pistoleiros armados invadiram o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, Minas Gerais, assassinando os trabalhadores rurais Iraguiar Ferreira da Silva, Miguel José dos Santos, Joaquim José dos Santos, Juvenal Jorge da Silva e Francisco Ferreira do Nascimento, esse último com 73 anos de idade. Outros doze trabalhadores ficaram feridos, entre eles estava uma criança de apenas 12 anos, que levou um tiro no olho.
Estiveram presentes no encontro, representantes do Fórum de Revolução Agrária do Triangulo Mineiro, Movimento Popular pela Reforma Agrária (MPRA), Movimento de Luta pela Terra e Moradia (MLTM), Central dos Movimentos Populares (CMP), Movimento de Luta Família São José dos Cravos, Levante Popular da Juventude, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU-Conlutas), Universidade Federal de Uberlândia (Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis –PROEX, Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários-CIEPS, estudantes), Universidade Federal do Triangulo Mineiro-Uberaba, Prefeitura de Uberlândia, Movimento de Luta Família São José dos Cravos e Conselho Regional de Psicologia.