Mulheres Sem Terra realizam estudo, marcha e atividades culturais no Paraná



Por Riquieli Capitani e Geani de Souza
Da Página do MST


O mês de março é marcado pela Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, quando camponesas realizam diversas atividades, desde comemoração, estudo, reflexão, até grandes lutas e mobilizações. Com o lema “Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela soberania dos povos”, as mulheres da Via Campesina abrem a jornada de lutas do ano.



Por Riquieli Capitani e Geani de Souza
Da Página do MST

O mês de março é marcado pela Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, quando camponesas realizam diversas atividades, desde comemoração, estudo, reflexão, até grandes lutas e mobilizações. Com o lema “Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela soberania dos povos”, as mulheres da Via Campesina abrem a jornada de lutas do ano.

No Paraná, as atividades regionais iniciaram na quinta-feira (7) e já mobilizaram as regiões centro, noroeste, sul, norte pioneiro, norte e oeste. A região sudoeste do estado fará a atividade no dia 13,14 e 15 de março e tem a expectativa de reunir 300 camponesas sem terra.

Região centro

Com o tema “Basta de violência contra a Mulher!” as mulheres da região centro realizaram o 8° Encontro Regional de Mulheres Camponesas do MST, MPA e sindicatos, envolvendo os grupos que atuam nos assentamentos, acampamentos e comunidades da região.

O encontro que aconteceu neste sábado (9) na cidade de Quedas do Iguaçu, reuniu aproximadamente 800 mulheres de municípios vizinhos. As mesmas foram acolhidas no CTG da cidade com um café colonial, e logo após seguiram em marcha pelo centro com faixas e cartazes sobre o lema do encontro, e fortalecendo a Campanha Contra os Agrotóxicos e a Favor da Vida.

A campanha Fechar Escola é Crime foi outra pauta das mulheres. No município de Quedas do Iguaçu, por exemplo, onde tem um dos maiores assentamentos da América Latina com 1100 famílias assentadas, o prefeito já fechou duas escolas municipais do campo, e as crianças tem que pegar ônibus para ir a escolas mais longes, ou se deslocar para a cidade para estudar.

Na parte da manhã, elas tiveram uma fala da companheira Izabel Grein, da coordenação do MST, ao trazer os desafios e o papel da mulher na sociedade na luta por melhores condições de vida no campo e na cidade.

Em seguida foi servido um almoço de confraternização entre as mulheres, com produtos da agricultura familiar, que foi organizado pelos companheiros do assentamento Celso Furtado de Quedas do Iguaçu.

À tarde aconteceram atividades culturais, com apresentação de danças Indígena, de rua, capoeira, músicas, poesia e também uma apresentação de teatro fórum sobre a violência cometida contra as mulheres. No término as mulheres de Quedas do Iguaçu entregaram a bandeira para as mulheres de Diamante do Sul que irão organizar o 9° encontro de Mulheres da Via Campesina no próximo ano.

Região Oeste

Estudo, marcha e lançamento da Campanha Contra a Violência sofrida pelas Mulheres foi o que marcou a mobilização das 250 mulheres da Via Campesina, reunidas em Cascavel, na última quinta (7) e sexta-feira (8).

A atividade que ocorreu na sede da APP- Sindicato, teve estudo sobre o papel da mulher na sociedade e a violência que muitas sofrem pelos seus parceiros e pelo capital, como ferramenta de luta contra essa opressão fizeram o lançamento da Campanha “Basta de Violência Contra as Mulheres”.

No segundo dia de mobilização, as camponesas realizaram a marcha na cidade de Cascavel para pautar as demandas que as mulheres precisam para os assentamentos, acampamentos e comunidades. A construção de escola municipal, reforma da escola itinerante, agroecologia, saúde foram algumas das reivindicações.

Região Sul

O Assentamento Contestado, localizado no município da Lapa, foi palco das discussões sobre a violência do agronegócio contra as mulheres, a Consciência Corporal: Conhecimento e reconhecimento do corpo feminino, e os cuidados com a Saúde. A atividade reuniu cerca de 70 mulheres no último dia 7, 8 e 9 de março.

Além do estudo e reflexões sobre a mulher, a noite foi o momento de discutir a mulher na arte, desde como ela é retratada nas pinturas, até as artistas que marcaram época, como por exemplo, Frida Kahlo, pintora mexicana, nascida em 1907.   

O encontro foi encerrado com uma grandiosa festa, onde foi comemorado o Dia Internacional da Mulher e o 14º Aniversário do Assentamento Contestado.

Região Norte Pioneiro

Discussões sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde da mulher foi o que norteou o encontro das mulheres no Assentamento Guanabara, região norte pioneiro do estado, no último dia 7 e 8 de março.

Foram aproximadamente 100 mulheres resgatando a história do 8 de março, debatendo a violência que sofrem constantemente pelo agronegócio, e buscando formas de continuarem se organizando para enfrentar as dificuldades e a opressão que vivem diariamente.

Segundo Sirlei Moraes, assentada e coordenadora do setor de saúde do MST do Paraná, a atividade foi positiva, pois conseguiu atingir a meta das discussões que cerca o tema das mulheres. “Nós atingimos nossa meta, trouxemos temas que estão e fazem parte da realidade que as mulheres vivem. Discutimos o agrotóxico na vida da mulher, as doenças que eles causam que são mais comuns do que imaginamos, o câncer de útero é um exemplo disso”.