Via Campesina defende produção de alimentos saudáveis no FSM na Tunísia
Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST
Centenas de milhares de pessoas de todo o mundo marcharam pelo centro de Túnis, capital da Tunísia, nesta terça-feira (26/3), para dar início ao 13º Fórum Social Mundial 2013. As atividades começam nesta quarta-feira, onde são esperados cerca de cem mil participantes, integrantes de movimentos sociais, sindicatos e associações do mundo inteiro. As atividades acontecem até o dia 30 de março.
Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST
Centenas de milhares de pessoas de todo o mundo marcharam pelo centro de Túnis, capital da Tunísia, nesta terça-feira (26/3), para dar início ao 13º Fórum Social Mundial 2013. As atividades começam nesta quarta-feira, onde são esperados cerca de cem mil participantes, integrantes de movimentos sociais, sindicatos e associações do mundo inteiro. As atividades acontecem até o dia 30 de março.
Presente em todas as edições dos Fóruns, a Via Campesina, organização que integra diversos movimentos sociais do campo no mundo inteiro, é um dos principais movimentos que procuram pautar a questão da soberania alimentar e o papel fundamental dos camponeses em torno desse debate, ao denunciar os males do agronegócio presente em diversas partes do mundo.
Para Josie Riffaut, membro da Via Campesina Internacional, a presença dos movimentos sociais no Fórum é fundamental “para que sempre seja lembrada a importância da luta social em qualquer atividade que se faça com a pretensão de reais transformações da sociedade”.
Confira abaixo a entrevista de Josie Riffaut para a página do MST:
O fórum foi oficialmente aberto com uma marcha no centro de Túnis. Nos próximos dias de evento, a organização estima 1.500 atividades, desde palestras a mesas-redondas. O que a Via Campesina espera do Fórum Social Mundial 2013?
O fórum é um espaço importante de discussão sobre os diversos problemas pelos quais passa o mundo, desde as questões sociais, ambientais e de soberania alimentar. Acreditamos que temos que contribuir com todos esses povos que buscam mudanças, lutam por dignidade e democracia.
Apoiamos todas as atividades no mundo que buscam fazer algo para mudar o sistema e fazer revolução. É muito importante também pautar o papel e as questões camponesas, ainda mais quando este setor foi protagonista em diversas revoluções.
Muitas vezes, quando falamos de progresso, pensamos num futuro sem camponeses. E viemos aqui para dizer justamente o contrário, os camponeses tem um papel decisivo no mundo, ao garantir a produção de alimentos saudáveis, a preservação das sementes crioulas, a soberania alimentar e denunciar o projeto que busca destruir tudo isso: o agronegócio.
Como se dá essa questão na Tunísia? Há movimentos organizados do campo?
Na Tunísia praticamente não se tem movimento camponês organizado. E nossa presença aqui também tem essa importância, de dialogar com essa população e buscar construir algo em conjunto e contribuir no processo de luta. Por isso viemos com uma grane delegação e estamos organizando bons eventos para intercambiar nossas experiências, mostrar o que estamos fazendo e tentar construir coisas em comum.
Qual a importância da presença e o papel dos movimentos sociais nos FSM?
Nosso papel é encontrar soluções para a resistência, integrar nossas diversidades culturais, religiosas, de tradições. Os movimentos sociais no Fórum são fundamentais para que sempre seja lembrada a importância da luta social em qualquer atividade que se faça com a pretensão de reais transformações da sociedade, a necessidade de estar organizado para a resistência e o enfrentamento, e ter no horizonte a busca por mudanças estruturais na sociedade, pressuposto imprescindível para que se tenha verdadeiras transformações.