MST faz mobilizações em seis estados e bloqueará estradas por Reforma Agrária

 

Da Página do MST
 

 

Da Página do MST
 

O MST realizou mobilizações em seis estado nesta semana, para cobrar da presidenta Dilma Rousseff a apresentação de um plano emergencial para o assentamento das 150 mil famílias em todo o Brasil. Foram promovidos protestos em Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Pará e ocupados nove latifúndios.
 
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Na manhã desta quarta-feira (17), serão fechadas rodovias, estradas e vicinais pelos 1800 municípios em que o MST está organizado por 21 minutos, em memória aos 21 Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, e pela realização da Reforma Agrária.
 
Desde o começo do mês de abril, diversas ações já foram realizadas na jornada pela Reforma Agrária em nove estados. O MST denuncia a paralisação do processo de criação de assentamentos, causado pela lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pela intervenção do Poder Judiciário no andamento dos processo de desapropriação.
 
Há 523 processos judiciais envolvendo a Reforma Agrária no Brasil, dos quais 234 estão parados na Justiça Federal. Existem 69.233 grandes propriedades improdutivas no país, que controlam 228 milhões de hectares de terra (IBGE/Censo de 2010), que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária pela Constituição.
 
RS
 
Na manhã desta terça-feira (16), cerca de 4.000 trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST, MPA, MAB, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e Levante Popular da Juventude ocuparam o Ministério da Fazenda, em Porto Alegre, onde permanecem acampados por tempo indeterminado. As organizações sociais reivindicam a criação de uma Política Nacional Camponesa, que apresente alternativas aos limites enfrentados no campo para acesso ao conhecimento, à saúde, à moradia, ao saneamento básico, ao lazer e à cultura, assim como a garantia das condições técnicas para a produção de alimentos saudáveis.
 
CE
 
Em Pacajús, no Ceará, cerca de mil agricultores do MST ocuparam o Canal do Trabalhador, nas proximidades da BR 116, nesta terça-feira, exigindo políticas públicas de combate aos efeitos da seca na região, investimentos de infraestrutura para a Reforma Agrária e o assentamento imediato de milhares de famílias acampadas no estado.
 
PE
 
Mais de 350 famílias do MST realizaram cinco ocupações de terra no estado de Pernambuco desde o último domingo (14). Nesta segunda-feira (15), cerca de 50 Sem Terra reocuparam a fazenda Fruit Fort, localizada na BR 235, em Petrolina (PE). Além de pendências com a justiça do trabalho, a área é considerada improdutiva. Outras 80 famílias ocuparam o Engenho Juçaral, pertencente à Usina São Luiz Ainda, no município de Catende, região Brejo do estado.
 
No domingo, outras três áreas foram ocupadas. No município de Arcoverde, 80 famílias reocuparam a granja Serra das Varas. O Engenho Jacarapina – atualmente arrendada à Usina Santa Tereza -, no município de Itaquitinga, região da Mata Norte, foi ocupada por 60 famílias.

Oitenta famílias também ocuparam a fazenda Sítio Chocalho, no município de São Caetano, região Agreste. Além das ocupações de terra, os trabalhadores e trabalhadoras rurais de Pernambuco também realizam debates sobre a importância da Reforma Agrária para o conjunto da sociedade, entre os dias 15 e dia 17, em Recife.

 
DF
 
Cerca de 200 famílias do MST ocuparam, nesta segunda, o prédio da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), em Brasília, em função da paralisação das pautas da Reforma Agrária em nível nacional e, sobretudo, da histórica negação dessas políticas no Distrito Federal. Após a ação, representantes do MST se reuniram com o governo em uma audiência de negociação.
 
Nesta quarta-feira (17), duas toneladas de alimentos produzidos em acampamentos e projetos de assentamento do entorno de Brasília serão distribuídas nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto, para mostrar que a Reforma Agrária produz comida com qualidade, sem o uso de agrotóxicos, e em quantidade. No começo de abril (7/4), cerca de 350 famílias ocuparam a Fazenda Jatobazinho, próximo a Brazilândia. Segundo os Sem Terra, mil hectares de terra da área é grilada para especulação imobiliária.
 
RJ
 
Na noite desta segunda-feira, cerca de 500 militantes, amigos e amigas do MST, lotaram o auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para realizar um ato pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, no Rio de Janeiro.
Na parte da manhã e tarde, cerca de 50 acampados(as) e assentados(as) se reuniram com o superintendente do Incra, Gustavo Souto de Noronha e com representantes do Tribunal Regional Federal e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). A Jornada segue no Rio de Janeiro nos próximos dias.

Nesta terça-feira (16) haverá uma reunião com órgão ambiental do estado, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), já que diversos processos de desapropriação encontram-se parados neste órgão. Na quarta-feira (17), os Sem Terra se juntam ao movimento Atingidos pela Vale, num ato em frente à empresa.

 
BA
 
Na Bahia, cinco mil camponeses de 9 regiões do estado marcharam do município de Camaçari até Salvador entre os dias 8 a 11 de abril para dialogar com a sociedade sobre a importância da Reforma Agrária. Outros 70 integrantes do MST ocuparam no dia 6 uma área da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) em Barra do Choça, no sul da Bahia.
 
AL
 
Na última terça-feira (9), cerca de 80 famílias de trabalhadores rurais ocuparam a fazenda Bebedouro, em Boca da Mata, a 75 km de Maceió (AL). A fazenda pertence a Zeca Dâmaso e está abandonada, além de dívidas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A família Dâmaso já teve membros indiciados em diversos casos de corrupção e elegibilidade em Alagoas e no Pará.
 
PA
 
No município do Massacre, em Eldorado dos Carajás (PA), trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o estado iniciaram desde o dia 11 o acampamento pedagógico da juventude, que acontece até o dia 17 de abril, quando os jovens trancam a rodovia próxima ao acampamento por 21 minutos.
 
PB
 
Na Paraíba, Sem Terra ocuparam o perímetro irrigado das Várzeas de Souza, no município de Sousa, no dia 8, para denunciar a falta de rigor na fiscalização dos lotes irrigados que deveriam ser destinados prioritariamente à Reforma Agrária, além do uso abusivo de agrotóxicos na produção agrícola de milho pelo Grupo Santana, empresa do agronegócio e quem mais se beneficia da irrigação.