MST ocupa treze latifúndios em PE e mantém jornada de lutas


Por Ramiro Oliver
Da Página do MST

Cerca de 2.300 novas famílias Sem Terra estão acampadas no estado de Pernambuco, após a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária de 2013.

O MST totaliza 13 ocupações de latifundios em Pernambuco, que foi iniciada no estado no dia 14 de abril.

Além disso, no dia 17 de abril, trabalhadores rurais Sem Terra trancaram 12 pontos de rodovias no estado por uma hora, em homenagem aos 21 Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado dos Carajás.


Por Ramiro Oliver
Da Página do MST

Cerca de 2.300 novas famílias Sem Terra estão acampadas no estado de Pernambuco, após a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária de 2013.

O MST totaliza 13 ocupações de latifundios em Pernambuco, que foi iniciada no estado no dia 14 de abril.

Além disso, no dia 17 de abril, trabalhadores rurais Sem Terra trancaram 12 pontos de rodovias no estado por uma hora, em homenagem aos 21 Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado dos Carajás.

Neste domingo (21/4), dia de Tiradentes, cerca de 80 famílias ocuparam o Engenho Merete, no município de Itambé, na Zona da Mata Norte do estado. O engenho pertence à Usina Maravilhas, do mesmo grupo da Usina Cruangi, que possui mais de 20 Engenhos de cana-de-açúcar e uma das maiores concentração de terras do Estado.

No sábado (20/4) cerca de 400 trabalhadores e trabalhadoras do MST do município de Santa Maria Da Boa Vista ocuparam a fazenda Caxangá, que pertence ao latifundiário Marcos Júlio Da Silva. A fazenda possui aproximadamente 300 hectares, e tem pendências com dívidas trabalhistas e dívidas fiscais.

No município de Petrolina, cerca de 90 famílias ocuparam a fazenda do ex-deputado estadual Geraldo Coelho (PTB). A tentativa de se conseguir um pedaço de terra para poder plantar, continuou. No município de Carnaubeira da Penha cerca de 250 famílias ocupou a fazenda Xique-Xique, de aproximadamente 2.500 hectares.

Outras ações

 

Na quinta (18/4), cerca de 80 famílias Sem Terra ocuparam a fazenda Cachoeirinha, no município de Tupanatinga, localizado a 304 Km a Oeste da cidade de Recife na região de Vale do Moxotó, do estado de Pernambuco.

 

A fazenda possui aproximadamente 3 mil hectares e pertence ao latifundiário conhecido como Zé Amaro. Segundo Marcio Silva, integrante da direção estadual do MST, “A área é um latifúndio considerado improdutivo, e por isso precisa ser destinada a fins de Reforma Agrária como nos assegura a constituição federal de 1988”.

As famílias permanecem no local, e aguardam a agilidade do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para fazer os trâmites legais e necessários que competem ao órgão, no intuito de desapropriar o latifúndio para as famílias Sem Terra.

Engenho Araújo

Na quarta-feira (17), aproximadamente 30 famílias ocuparam o Engenho Araújo, localizado no município de São Lourenço da Mata, região Metropolitana do estado, que há 25 anos está em posse do Grupo da Usina Bulhões, liderado pelo atual proprietário, Roberto Beltrão.

Após a ocupação, as famílias que estão acampadas disseram que seguranças do engenho começaram a ameaçar os agricultores. “Eles chegaram em um carro de cor escura, e nos ofereceram uma proposta de negociação. Quando não aceitamos, eles nos ameaçaram para sairmos do engenho”, disse uma Sem Terra que não quis se identificar. Os Sem Terra afirmam que os seguranças seguiram em direção a casa do proprietário.

A Usina Bulhões vive em constante conflito com famílias moradoras dos engenhos, quase todas formadas por sitiantes nascidos e criados no local.

A partir de 2011, tem se tornado crescente as denúncias de que os moradores e moradoras dos Engenhos podem ser expulsos de suas terras e que são impedidos por funcionários da Usina de reformarem suas casas. Quando o fazem são vítimas de retaliação e perseguição.

Neste ano, os moradores denunciaram à Promotoria Agrária do Ministério Público de Pernambuco vários casos de ameaças de destruição de casas de sitiantes, como a do morador do Engenho Una, que também preferiu não se identificar.

No dia 15 de novembro de 2011, ao levantar sua casa de taipa, o morador foi abordado por José Roberto Beltrão, proprietário da Usina. Na ocasião, Beltrão prometeu derrubar a casa, caso insistisse na construção e ainda fez referência à casa do irmão do trabalhador que já havia sido destruída pela Usina.

O MST reivindica os cinco engenhos da Usina Bulhões para fins de Reforma Agrária, uma vez que a usina tem dívidas trabalhistas, com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e já foi multada mais de uma vez por crime ambiental.