Em Brasília, Força Nacional despeja movimentos que ocupavam Ministério
Da Página do MST
Na noite desta segunda-feira (13), os movimentos sociais do campo, como MST, Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), quilombolas e trabalhadores ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que ocuparam o Ministério de Minas e Energia, em Brasília, foram despejados pela Força Nacional, que amparados por uma liminar exigiram a retirada dos manifestantes do local.
Segundo Francisco Moura da coordenação nacional do MST, “o despejo tensionado pela presença da Força Nacional, com o uso de máscaras de gás lacrimogêneo e atiradores de elites, reflete a opção do governo em reprimir a luta pela soberania nacional e não querer dialogar com os trabalhadores, preferindo entregar nossas riquezas para as transnacionais”, afirma.
A ação integrou o conjunto de protestos contra a 11ª rodada de licitações de blocos para a exploração de petróleo e gás natural, prevista para os dias 14 e 15 de maio, e contra a privatização de diversas barragens cujas concessões vencem até 2015.
Para Francisco, a ocupação do Ministério de Minas e Energia cumpriu com o objetivo político de pautar a privatização do petróleo e suas consequências à sociedade. “O lucro obtido com os barris de petróleo deveria ficar com o povo brasileiro. Os leilões são uma ameaça à soberania nacional. Se os leilões forem realizados, estaremos entregando para as transnacionais as nossas riquezas. É dinheiro que deveria ser investido na reforma agrária, no passivo com os atingidos por barragens, com as comunidades quilombolas, nos territórios indígenas, na educação”, afirmou.
Francisco salientou ainda que os camponeses permanecerão mobilizados no Acampamento Nacional Hugo Chávez, e organizados na luta por Reforma Agrária e em defesa da soberania Nacional.
Além de Brasília, aconteceram atos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Com as mobilizações, os manifestantes demarcaram a posição contrária à privatização dos 289 blocos de petróleo, localizados em 11 estados brasileiros. O volume a ser leiloado poderá ultrapassar 40 bilhões de barris, o que equivale a um lucro próximo a R$ 1,16 trilhões que será apropriado por empresas transnacionais do petróleo. Ao todo 64 empresas estão disputando os blocos.