João Paulo: “Plebiscito é momento do povo opinar sobre rumo do país”

 

Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

 

Em entrevista à emissora venezuelana Telesur, João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, analisou as mobilizações que tomaram as ruas do país nas últimas semanas e os rumos que a reforma política, proposta pelo governo via plebiscito, deve tomar para que ela beneficie de fato a população, ampliando os meios de participação política do povo.

 

Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

 

Em entrevista à emissora venezuelana Telesur, João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, analisou as mobilizações que tomaram as ruas do país nas últimas semanas e os rumos que a reforma política, proposta pelo governo via plebiscito, deve tomar para que ela beneficie de fato a população, ampliando os meios de participação política do povo.

“É a primeira vez desde a década de 1980 que ocorrem mobilizações de massas no Brasil. Avaliamos que elas tem sido muito positivas. O MST vê como mobilizações de caráter progressistas, que fazem uma crítica contundente ao estado e à participação política. Muitas demandas são relativas à estrutura defasada do país em muitas áreas, como saúde e educação.

João Paulo afirma que não é um problema a maioria das pessoas que estão na rua se manifestando não fazerem parte de alguma organização. Isso cria um desafio para os movimentos organizados, que é se somar às lutas iniciadas pela juventude, envolvendo também a classe trabalhadora e suas pautas históricas. 

Pensando nisso, diversos movimentos sociais e organizações sindicais irão realizar, no dia 11 de julho, um dia nacional de lutas e greves, para exigir do poder público as demandas da classe trabalhadora, como o cumprimento da Reforma Agrária, transporte público gratuito e de qualidade, redução da jornada de trabalho, a democratização dos meio de comunicação e investimentos de 10% do PIB para saúde e educação.

Reforma política

João Paulo afirma que as mobilizações criaram um canal de diálogo entre organizações sociais e governo. “O governo errou muito nesses últimos dois anos em não ouvir os movimentos sociais. Mas agora as pautas históricas da luta dos trabalhadores estão sendo colocadas nas ruas, e abriu-se diálogo entre a presidência e organizações para discuti-las”.

Nesta sexta (05/07), os movimentos sociais do campo se reúnem com a presidenta Dilma Rouseff para pautar exigir o cumprimento de direitos dos trabalhadores e povos do campo.

Em relação à reforma política , o coordenador do MST analisa que a proposta surgiu de uma demanda dos manifestantes por maior participação direta nos rumos do país.

Apesar de considerar um erro a presidenta ter retrocedido em sua posição de convocar uma constituinte, João Paulo acredita que o plebiscito é uma primeira vitória, mas é só o começo de uma luta para que essa reforma se concretize e para que suas mudanças possam trazer benefícios à população brasileira. 

“Os setores conservadores vão aproveitar parar tentar fazer uma reforma que não mude nada concretamente. É nossa função, como classe trabalhadora, entrar no debate, propondo mudanças que façam valer a vontade popular. É a primeira oportunidade do povo de opinar sobre o rumo político do Brasil”, conclui.