Agronegócio transforma 85% das terras agricultáveis no Brasil em cultivo de soja
Por Pedro Carrano
Da Página do MST
Nesta quinta-feira (8), no segundo dia de atividades da 12ª Jornada de Agroecologia do Paraná, a tônica dos debates foi a análise do projeto do capitalismo e seu avanço sobre o campo. João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, contextualizou a inserção do capitalismo na agricultura, por meio de capital dos bancos e das empresas transnacionais, que hoje repartem os lucros da produção, submetendo à exploração pequenos e até médios produtores rurais.
Por Pedro Carrano
Da Página do MST
Nesta quinta-feira (8), no segundo dia de atividades da 12ª Jornada de Agroecologia do Paraná, a tônica dos debates foi a análise do projeto do capitalismo e seu avanço sobre o campo. João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, contextualizou a inserção do capitalismo na agricultura, por meio de capital dos bancos e das empresas transnacionais, que hoje repartem os lucros da produção, submetendo à exploração pequenos e até médios produtores rurais.
Stedile apontou que os preços dos alimentos hoje são definidos na Bolsa de Valores e não mais de acordo com os custos de produção. Apontou também dados sobre a relação subordinada do Brasil, que não tem soberania sobre a produção. Hoje, 85% das terras agricultáveis no Brasil cultivam soja. E o país tem sido obrigado a importar cultivos tradicionais, como feijão e milho, para alimentação.
Transgênicos: uma luta atual
De acordo com as colocações de Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos, a luta para barrar os transgênicos segue na ordem do dia no Brasil. Essa forma de cultivo, que completa 10 anos após a sua liberação no país, deve continuar sendo questionada, uma vez que essa cultura não aumentou a produtividade da agricultura e apenas diminui a variedade dos cultivos, como é o caso do milho.
O uso de transgênicos e a incidência de agrotóxicos no país – hoje o maior consumidor do mundo de agrotóxicos – são dois fatores diretamente ligados.
Hidrelétricas e a expulsão do campo
Entre os depoimentos de situações de avanço do capitalismo no campo, Robson Formica, militante do Movimento Atingidos por Barragens (MAB), afirmou que as usinas hidrelétricas configuram-se em verdadeiros agentes contrários à realização da reforma agrária no Brasil. Os territórios são apropriados e as pessoas expulsas da sua região. De acordo com Formica, os grandes conglomerados industriais consomem até 60 mil vezes mais energia do que um usuário comum.
No mesmo dia, foram abordados assuntos como a expansão do monocultivo da cana na região do Paraná. Também na Região Norte do estado, foi denunciada pela militância do MST da região de Apucarana o impacto ambiental e social da transnacional Nortox, que apresenta uma fábrica de agrotóxicos na região.