Em protesto contra violência, MST é recebido a balas por subsecretário

 

Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

 

Um, dois, três. Foi o número de tiros disparados contra militantes do MST nesta terça-feira (10/9) pelo subsecretário de segurança Ary Pereira. Cerca de 300 Sem Terra estavam na porta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para cobrar a investigação e esclarecimento do assassinato do dirigente Fábio dos Santos Silva. “Fomos recebidos a bala pelo subsecretário Ary Pereira. Ele já estava com a arma em riste quando nós chegamos”, disse Márcio Matos, da coordenação do MST.

 

Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

 

Um, dois, três. Foi o número de tiros disparados contra militantes do MST nesta terça-feira (10/9) pelo subsecretário de segurança Ary Pereira. Cerca de 300 Sem Terra estavam na porta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para cobrar a investigação e esclarecimento do assassinato do dirigente Fábio dos Santos Silva. “Fomos recebidos a bala pelo subsecretário Ary Pereira. Ele já estava com a arma em riste quando nós chegamos”, disse Márcio Matos, da coordenação do MST.

“O nosso protesto era de forma pacífica. Ao chegar na porta, o subsecretário de Segurança Pública da Bahia deflagrou três tiros contra os manifestantes. Não houve ocupação. Nós chegamos até a porta do prédio”, conta Valber Rubens Santos, dirigente do MST.

A ação do subsecretário foi defendida pelo secretário de segurança, Maurício Barbosa. “Não podemos aceitar nenhum tipo de tomada do prédio que representa e simboliza a segurança pública do nosso estado, sob qualquer pretexto.

Nós tivemos que apelar para o uso de arma de fogo em detrimento a inúmeras pessoas que entraram aqui de facão e de foice na mão deliberados a tomar o prédio. Temos que salvaguardar a integridade física dos nossos servidores”, afirmou.

No protesto, os Sem Terra pediram o fim da violência no campo e cobraram a investigação do assassinato com 15 tiros de Fábio. A Justiça baiana não investiga o caso.

O subsecretário que efetuou os disparos até o momento não foi punido e sua postura foi defendida. O governo da Bahia afirmou em nota que o “disparo de advertência” “fez os manifestantes recuarem e garantiu a integridade dos servidores que já tinham chegado ao trabalho e das instalações do prédio.

A Secretaria da Segurança Pública afirma estar aberta ao diálogo com o MST, mas repudia qualquer manifestação violenta, que ameace a integridade dos funcionários e as instalações físicas de suas dependências”.

Assassinato

Os mandantes e executores de Fábio ainda não vieram à tona, mas a sua execução ocorreu por um motivo: incomodar os latifúndios de Iguaí. O dirigente já vinha sendo ameaçado de morte, e os grandes proprietários da região se opõem fortemente à presença dos três assentamentos e do acampamento existentes.

Em uma manhã de abril desse ano, um carro que seguia de Iguaí para Palmerinha (BA) foi interceptado por uma moto. Um dos homens desceu da moto, sacou uma pistola e disparou 15 tiros em Fábio dos Santos Silva, dirigente do MST na Bahia. A brutal execução foi testemunhada pela companheira de Fábio e por uma criança. Até hoje, não se sabe quem foram os assassinos de Fábio.

“Quantas vezes os nossos camponeses e trabalhadores serão assassinados? É esse tipo de ação, com o uso da pistolagem, covarde e cruel, que estamos convivendo no campo brasileiro. Esse assassinato, com claros sinais de execução, não pode ficar impune”, disse o deputado Valmir Assunção (PT-BA).