Feira da Reforma Agrária promove oficina de agroecologia no Pontal (SP)
Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST
Assentados da Reforma Agrária e agricultores rurais tiveram a oportunidade de participar de uma oficina de qualificação em agroecologia, administrada pelo professor Paulo Kageyama, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq).
A atividade ocorreu nesta quarta-feira (11), durante a 1° Expo Euclides e Feira da Reforma Agrária na região do Pontal do Paranapanema, em Euclides da Cunha Paulista (SP).
Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST
Assentados da Reforma Agrária e agricultores rurais tiveram a oportunidade de participar de uma oficina de qualificação em agroecologia, administrada pelo professor Paulo Kageyama, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq).
A atividade ocorreu nesta quarta-feira (11), durante a 1° Expo Euclides e Feira da Reforma Agrária na região do Pontal do Paranapanema, em Euclides da Cunha Paulista (SP).
Para Kageyama, a agroecologia representa a ferramenta mais importante para os movimentos sociais do campo realizarem as transformações estruturais no meio rural, “onde há a predominância do agronegócio e de tecnologias que se resumem a aplicação de venenos e monocultivo em grade escala, que prejudica não apenas a questão social do campo, mas também a saúde de todos os brasileiros”.
Saiba mais sobre a Feira
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Durante a palestra foram apresentados e debatidos diversos exemplos da potencialidade que representa a produção agroecológica, e sua capacidade benéfica não apenas na questão ambiental e em relação a saúde humana, mas também no âmbito econômico.
Assentamentos e comunidades da própria região do Pontal do Paranapanema, do Vale do Ribeira, de Ubatuba e do Mato Grosso concretizaram as vantagens apresentadas por essa prática no manejo da mandioca, café, tomate, entre outros cultivos.
Reforma Agrária e a agroecologia
Para Paulo Kageyama, é necessário focar a luta pela Reforma Agrária em dois aspectos: na divisão da terra e no uso adequado a ela.
“Uma parte da Reforma Agrária é repartir a terra a quem nela trabalha e a quem dela precisa. A outra é criar assentamentos rurais sustentáveis, que mudem o sistema de produção do monocultivo em grande escala com utilização de venenos”.
Para o professor, essa é uma premissa imprescindível para que realmente haja uma agricultura sustentável, por meio dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a produção orgânica, “para que se tenha alimentos saudáveis a todos os brasileiros”.
Convênio
Há quase 20 anos que existe a parceria entre os assentamentos da Reforma Agrária na região do Pontal do Paranapanema, junto à linha de pesquisa sobre a agroecologia e os SAFs da Esalq.
Ao longo desses anos se desenvolveu a discussão do processo de transição do sistema de produção convencional ao agroecológico (e sua adoção enquanto matriz tecnológica), incrementou-se diversas experiências de SAFs e sistemas semi pastoris, criou-se o Centro de Irradiação de Manejo da Agrobiodiversidade (Cima), dentre outras coisas.
Dentro desse contexto, os assentados obtiveram uma nova conquista: o reconhecimento institucional dessa cooperação.
“Achamos importante dar visibilidade a esse trabalho e não o fazendo as escondidas”, comentou o professor sobre o convênio público que será assinado entre a Esalq, a prefeitura de Euclides da Cunha e o Incra, reconhecendo essa cooperação mútua entre os assentados e a instituição de ensino.