MST participa de jornada por reforma agrária no Paraná
Da Página do MST
Nessa quarta-feira (16), Dia Mundial da Alimentação, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), está mobilizado nacionalmente na Jornada Unitária de Lutas pela Soberania Alimentar, contra o que atenta aos direitos dos trabalhadores do campo. No Paraná, desde as 9h da manhã, estão acorrendo atividades em Curitiba e em Arapongas.
Cerca de 500 pessoas dos assentamentos e acampamentos do MST da região norte e noroeste do estado, pastorais, sindicatos, e sociedade civil, estão mobilizados em frente a empresa brasileira de produtos agroquímicos, Nortox S.A, localizada no distrito de Aricanduva, em Arapongas, BR 369, no Km 195.
Como forma de denunciar para a sociedade civil os crimes ambientais cometidos pela empresa Nortox, desde a contaminação do solo e os lençóis freáticos da região, até o mau cheiro causado pelos venenos, além da falta de fiscalização e descaso por parte dos órgãos responsáveis, os trabalhadores trancam o trânsito em frente à empresa. Ainda hoje, será realizado uma marcha pela Avenida Arapongas, no centro da cidade.
A Nortox é produtora de herbicidas, fungicidas, acaricidas, nutrição animal e inseticidas. É uma das principais responsáveis pela produção do glifosato pós-emergente, usado na cultura da soja transgênica, que envenena os alimentos consumidos pela população.
Na região vivem aproximadamente duas mil pessoas, que estão permanentemente expostas à contaminação dos produtos químicos.
Em Curitiba, cerca de 200 trabalhadores Sem Terra, ocupam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), para denunciar a paralisação da Reforma Agrária, e cobrar agilidade na desapropriação de terras. Atualmente há mais de 150 mil famílias acampadas em todo o país, no Paraná são aproximadamente seis mil famílias que vivem em barracos de lonas, muitas há mais de cinco anos.
Os Sem Terra também cobram do Governo politicas públicas que garantam a permanência do povo camponês no campo, e o fortalecimentos da agricultura familiar. A agricultura familiar camponesa é responsável pela produção de mais de 70% da comida que vai à mesa dos brasileiros e emprega 45% a mais de trabalhadores por hectare que o agronegócio. Em contrapartida, o agronegócio segue ano após ano como prioridade do Governo Federal e Estadual.
Ainda na capital paraense, cerca de 40 entidades entre elas, MST, Rede Ecovida de Agroecologia, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Terra de Direito, Central Única dos Trabalhadores (CUT/PR), e Federação das Comunidades Quilombolas, também estão realizando um ato politico no Dia Mundial da Alimentação.
A mobilização tem como finalidade exigir o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) enquanto uma ação concreta do Estado Brasileiro para garantir a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN); pela desburocratização do PAA e melhoria das normativas do Programa, adequando a realidade da agricultura familiar e camponesa e suas organizações; pela libertação de 11 agricultores e técnicos que se encontram presos no Estado do Paraná.
Durante o ato será realizado panfletagem e distribuição de alimentos saudáveis produzidos por agricultores familiares. A tarde os manifestantes participam de uma sessão na Assembléia Legislativa.