MST ocupa Incra em João Pessoa para reivindicar desapropriação de terras

 

Por Jaine Alves
Do Jornal da Paraíba

Após percorrer 50 quilômetros a pé sob sol intenso, cerca de 2.500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) chegaram na manhã de ontem a João Pessoa para reivindicar desapropriação de terras aos governos federal e estadual. Eles saíram do assentamento Wanderley Caixe, em Caaporã, localizada na divisa da Paraíba com Pernambuco, e enfrentaram cerca de oito horas de caminhada na rodovia.

 

Por Jaine Alves
Do Jornal da Paraíba

Após percorrer 50 quilômetros a pé sob sol intenso, cerca de 2.500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) chegaram na manhã de ontem a João Pessoa para reivindicar desapropriação de terras aos governos federal e estadual. Eles saíram do assentamento Wanderley Caixe, em Caaporã, localizada na divisa da Paraíba com Pernambuco, e enfrentaram cerca de oito horas de caminhada na rodovia.

 
Na capital, os manifestantes seguiram em direção ao Palácio do Governo, para solicitar audiência com Ricardo Coutinho, mas não foram atendidos. Esse encontro ainda será agendado. Em seguida, os integrantes do MST ocuparam as instalações do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e participaram de uma reunião com representantes do órgão. No entanto, não houve acordo e uma nova audiência vai acontecer hoje, às 15 h, no Incra.
 
Além do Incra, o MST solicitou uma audiência com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. Segundo uma das coordenadoras do Movimento Sem Terra, Miriam Silva, Coutinho prometeu fazer desapropriações na Paraíba. “Ele disse que iria desapropriar as terras que não pudessem ser desapropriadas pelo Incra. Mas ainda não fez isso. Estamos tentando marcar uma audiência com o governo, para que ele cumpra esse compromisso que tem com a gente”, declarou.
 
A previsão é que os manifestantes só desocupem as instalações do Incra na próxima sexta-feira, caso a audiência com o governador seja realizada. “Só vamos embora quando falarmos com Ricardo Coutinho. Enquanto isso, iremos ficar no Incra”, assegurou Miriam.
 
No Incra, as cerca de 2.500 pessoas, sendo 20 crianças, dormiram ao chão, sobre colchonetes e lençóis trazidos na viagem. A alimentação também foi improvisada, como explicou Miriam Silva, uma das coordenadoras do movimento. “Cada família trouxe sua comida e seus utensílios. As crianças vieram dentro de um ônibus, mas os adultos vieram mesmo a pé”, afirmou.