Alexina sempre se manteve firme no seu compromisso com a classe trabalhadora
Da Página do MST
Da Página do MST
É com pesar que o MST recebeu a notícia da morte de Alexina Crespo, na tarde dessa última quinta-feira (14), aos 87 anos.
Alexina foi destacada militante na luta pela terra e na organização dos trabalhadores, rompeu com sua origem burguesa e assumiu tarefa nas Ligas Camponesas, tornando-se grande referência das Ligas no mundo.
Teve atitudes ousadas a época quando as mulheres ainda não tinham papel de destaque na luta política. Tratou com grandes líderes da revolução internacional, chegou a viajar a China para negociar com Mao Tsé-Tung condições para se fazer a luta armada revolucionária no Brasil.
Vivenciou momentos junto a Fidel Castro e Che Guevara e optou que os filhos fossem estudar em Cuba para que pudesse se dedicar a militância.
Em 1963 separou de Francisco Julião, contudo suas convicções e responsabilidades não se alteraram.
Pela defesa de seus ideais, Alexina foi exilada pelo golpe militar, passando a viver em Cuba, Chile e depois na Suécia.
Ao regressar ao Brasil, já na década de 1980, deu continuidade à luta. Seu front agora era a organização das mulheres, sendo a primeira a integrar a executiva de um partido em Pernambuco. Junto a outras militantes, fundou a Associação Pernambucana de Mulheres e a Associação de Mulheres do Brasil.
Foi exemplo para as mulheres de seu tempo e continua a ser para as de hoje, principalmente as mulheres do campo que após quase 60 anos continuam a luta por Reforma Agrária e justiça social.
O MST se solidariza com a família e se compromete em levar adiante o legado de Alexina, que no auge de seus 87 anos, manteve-se firme no seu compromisso com a organização da classe trabalhadora.
Para quem quiser conhecer mais, há o Documentário Alexina Crespo – Memórias Clandestinas.