Organizações Sociais debatem desafios da classe trabalhadora no Brasil
Por Viviane Brígida
Da Página do MST
Fotos: Pilar Oliva
Nesta quarta-feira (12/02), no VI Congresso do MST, lideranças de organizações sociais se encontraram para debater quais os desafios da classe trabalhadora na atual conjuntura e como promover mudanças sociais no Brasil.
Gilmar Mauro, membro da Coordenação Nacional do MST, observou que “este é o momento de troca de ideias entre a classe trabalhadora, principalmente neste período histórico, que é o inicío de um processo de construção da luta para os próximos períodos”.
Por Viviane Brígida
Da Página do MST
Fotos: Pilar Oliva
Nesta quarta-feira (12/02), no VI Congresso do MST, lideranças de organizações sociais se encontraram para debater quais os desafios da classe trabalhadora na atual conjuntura e como promover mudanças sociais no Brasil.
Gilmar Mauro, membro da Coordenação Nacional do MST, observou que “este é o momento de troca de ideias entre a classe trabalhadora, principalmente neste período histórico, que é o inicío de um processo de construção da luta para os próximos períodos”.
O dirigente também pediu para que as organizações sempre homenageiem os lutadores do mundo e do Brasil que batalharam e morreram pelos trabalhadores e trabalhadoras, assim como não esquecer a importância de estudar os pensadores da classe.
“Ninguém luta pelo que não conhece. Devemos fazer um estudo profundo de forma didática, popular e conjuntamente propor uma nova ordem econômica. A luta tem que ser consciente. Devemos fazer um balanço político e crítico do que deu certo e errado para estabelecer a estratégia na luta pelo socialismo, pois há muito acertos e erros”, declarou Gilmar.
Outros elementos que destacou são as lutas sociais por mudanças, que partirão sempre de gente nas ruas e mobilização. “Nas lutas somos sujeitos, temos conquistas não somente em negociações, precisamos estar sempre nas ruas”, afirmou Gilmar.
Para o secretário Geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Adir do Santos Lima, o congresso do MST é o oxigênio para avançar na luta e disse que estes momentos de encontro de trabalhadores fortalece a ação enquanto classe. O representante da CUT parabenizou o Congresso, afirmando também que não podemos esperar mais 30 anos para fazer a Reforma Agrária.
“Quando a gente se divide quem ganha é o capital. O MST não mudou, este congresso desmente o que diz a grande mídia; a terra é vital para manter e sustentar o povo brasileiro. Precisamos também lutar pela democratização da comunicação Queremos e vamos nos somar à vocês para que haja a distribuição de terras e seguir na luta”, disse o secretário.
Alianças
Esta também é opinião de João Carlos Gonçalves, da Força Sindical, afirmando que estes momentos ajudam a refletir a atual situação da classe trabalhadora e de que é preciso avançar no debate político, pois se conquista melhorias a partir das lutas.
“É da luta dos trabalhadores que avançaremos, com alianças de classe, respeitando a política de cada um. Devemos avançar nas bandeiras unificadas, como as jornadas nacionais de luta, para que haja mudanças políticas e econômicas na organização da classe”, observou o metalúgico.
Também participante do debate, Viviane Santos, do Movimento Passe Livre, acrescentou que foram as ruas e as lutas unificadas dos movimentos que garantiram melhores condições vida para os trabalhadores. Citada pelos participantes, as recentes manifestações de junho mostraram que os trabalhadores devem continuar na luta por direitos.
“A luta pelos 25 centavos representou muito mais, foi uma postura classista, uma retomada do espaço urbano. A forma é importante, quando iniciamos a mídia burguesa nos caracterizou baderneiros e vagabundos; quando houve adesão da sociedade, passamos de bandidos a heróis” disse Santos.
Desafios da luta
De acordo com Edson Carneiro Índio, da coordenação nacional da Intersindical, os desafios são imensos, mas a disposição é muito maior, as lutas devem estar ligadas a um projeto estratégico de transformação do capital.
“Devemos entender a realidade do capital, que muda radicalmente na cidade e no campo. Não há possibilidades se não mudar a política econômica do Brasil, o trabalho na cidade é agressor. Devemos discutir coletivamente como mobilizar a classe trabalhadora, fazer o enfrentamento ideológico para o avanço da consciência de nossa classe”.
Para Eduardo Cardoso, da Central dos Movimentos Populares (CMP), os trabalhadores devem avançar na reforma política. “Estamos em conjunto com as organizações sociais e movimentos populares para organizar o Plebiscito Popular pela constituinte exclusiva e soberana por uma reforma política. Devemos continuar nas ruas para pautar o tema”.
O debate em torno dos desafios da classe trabalhadora no Brasil para as representantes dos movimentos e sindicatos permanece. Para Eduardo Cardoso, desde as manifestações de junho os trabalhadores estão se organizando pelos seus direitos.
“No Congresso há uma efervescência em torno de criminalizar e terrorizar as manifestações de ruas desde as organizações sociais até as lutas nos bairros periféricos das cidades”, descreveu Cardoso.
Ao finalizar o debate, o integrante do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), José Antônio Moroni, informou sobre o Plebiscito sobre a reforma política.
O Plebiscito será uma convocatória ao povo para opinar sobre a necessidade de uma Constituinte Exclusiva e Soberana para o sistema político brasileiro, que ocorrerá entre os dias 1º e 7 de setembro de 2014, e trará uma única pergunta à população: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”.
“O Plebiscito é um instrumento popular para dialogar com a nossa sociedade, discutir os espaços de poder e debater o exercício do poder. Também reflete esta desigualdade no Congresso Brasileiro. Há uma minoria que representa as mulheres, os negros, os camponeses, o povo em geral, e isso precisa mudar”, finalizou Moroni.