Artistas Sem Terra realizam oficina para lançar CD sobre a luta pela terra

  

Por Ernesto Puhl Neto e Abimael de Jesus
Da Página do MST


A juventude Sem Terra da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), no município de Chapecó (SC), realizou uma oficina musical com o músico e compositor Pedro Munhoz.

  

Por Ernesto Puhl Neto e Abimael de Jesus
Da Página do MST

A juventude Sem Terra da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), no município de Chapecó (SC), realizou uma oficina musical com o músico e compositor Pedro Munhoz.

A atividade, que aconteceu entre os dias 5 e 6 de junho, trabalhou a história da música popular brasileira. Para Munhoz, ao falar da música brasileira é necessário entender a formação social, econômica e política do Brasil. 

O estudante de ciências sociais Maico Junior Magri acredita que esse “foi o início de um processo de formação política sobre a música no Brasil. É entender o que é musica e a produção, que rompe conceitos da indústria cultural. Ou seja, é uma nova proposta de fazer musica e não reprodução”. 

Magri destacou o fato desse espaço ser o início de um trabalho de formação sobre as várias linguagens artísticas da cultura popular brasileira, “que precisa chegar aos estudantes da classe trabalhadora”.   

No segundo momento, uma oficina juntou os estudantes com outros artistas de assentamentos e acampamento da Reforma Agrária de Santa Catarina. 

Luta pela terra

Com o objetivo de produzir um CD que traga a luta pela terra, os participantes resgataram músicas sobre o tema e realizaram um estudo sobre as letras das canções.

“Foi um momento muito fértil de debate e reflexão sobre a arte. Olhar para as nossas produções musicais nos faz refletir sobre a potencialidade, o poder da arte na formação política do nosso povo Sem Terra”, comentou o estudante Amarildo.

“A animação era o que segurava o povo no acampamento, que motivava a continuar na luta. Hoje as reuniões são chatas, só com falas”, completou o estudante ao falar sobre um fator subjetivo da música, enquanto um elemento importante para a continuidade da luta e a motivação dos acampados.

Ao todo, a oficina recebeu cerca de 25 músicas produzidas pela base assentada do MST, desde canções históricas da luta dos Sem Terras até músicas que retratam o cotidiano do povo. Além de gaiteiros, violonistas e cantadores da terra, alguns compositores das músicas trabalhadas compareceram na oficina.

Os participantes enfatizaram o fato dessa ser apenas a primeira de diversas outras oficinas que ocorrerão no próximo período até a realização do CD, um importante espaço propulsor e de fomento de iniciativas culturais.

Uma referência de projetos desse tipo é a associação de caboclos da região do Contestado, que buscam resgatar a cultura cabocla, substituída cada vez mais pela indústria cultural.