Sem Terra são despejados violentamente em Itapevi (SP)
Por Erick Miranda
Do Brasil de Fato
A Guarda Municipal de Itapevi, na Grande São Paulo, despejou de forma truculenta cerca de 150 famílias do assentamento Padre João Carlos Pacchin, na madrugada desta quinta-feira (3). As famílias, ligadas ao MST, estavam acampadas em um terreno no bairro Bela Vista. Cerca de quatro carros da guarda, sem ordem judicial, realizaram a desocupação. Alguns Sem Terra sofreram empurrões e humilhação.
Por Erick Miranda
Do Brasil de Fato
A Guarda Municipal de Itapevi, na Grande São Paulo, despejou de forma truculenta cerca de 150 famílias do assentamento Padre João Carlos Pacchin, na madrugada desta quinta-feira (3). As famílias, ligadas ao MST, estavam acampadas em um terreno no bairro Bela Vista. Cerca de quatro carros da guarda, sem ordem judicial, realizaram a desocupação. Alguns Sem Terra sofreram empurrões e humilhação.
Segundo o porta-voz do Movimento, Luciano Carvalho, a guarda municipal não possuía ordem judicial. “Eles ainda destruíram telhas, madeiras e levaram alguns objetos pessoais das famílias”, disse.
Com o despejo, os Sem Terra marcharam até a praça central no bairro Alto da Colina, onde foi realizado um almoço coletivo. Logo em seguida, fizeram a assembleia, onde foi colocado como prioridade o diálogo com a comunidade.
Ainda segundo Luciano, o prefeito de Itapevi, Jaci Tadeu (PV), na última audiência com o Movimento, em outubro do ano passado, prometeu agir dentro da legalidade. Porém, na primeira oportunidade que teve, tratou os acampados na ilegalidade, despejando-os sem ordem judicial. “O terreno pertencia a um grileiro e possuía uma dívida de R$ 700 mil” concluiu.
A comunidade está sendo prestativa e está recebendo a ocupação, inclusive com a doação de alimentos. Morador do bairro, Daniel Franco, acha o Movimento legítimo e apoia os Sem Terra. “Acho importante ocupar os espaços que não são utilizados para fins produtivos”, pontuou.
Início
Desde a ocupação em que deu origem ao acampamento Padre João Carlos Pacchin, em agosto do ano passado, se estabeleceu uma batalha política e jurídica para a permanência das mais de 350 famílias na área. Nessa época, o MST deu início ao processo de organização da sua segunda Comuna Urbana, a partir da ocupação de dois terrenos contíguos, localizados também em Itapevi.
Em 18 de novembro, houve a reintegração de posse de um dos terrenos, o que restringiu o número de famílias acampadas a apenas cem, devido ao tamanho reduzido da área restante.
Em 11 de dezembro, a justiça deu ganho de causa ao proprietário do terreno remanescente. Para denunciar essa situação, foram realizados atos políticos em maio desse ano.
Com a iminência do despejo, as famílias decidiram então reorganizar o acampamento em nova área, para continuar lutando pelo cumprimento da função social das terras urbanas ocupadas – projetos habitacionais socioambientais, que atendam às necessidades das famílias acampadas, através da garantia de moradias dignas.