Sem Terra bloqueiam BR-101 na Paraíba contra despejo
Por Maura Silva
Da Página do MST
Nessa segunda-feira (21/07), militantes do MST fecharam a BR-101 na divisa entre os estados da Paraíba e Pernambuco. Desde a última sexta-feira (18/07), o Movimento vinha fazendo paralisações na via.
Por Maura Silva
Da Página do MST
Nessa segunda-feira (21/07), militantes do MST fecharam a BR-101 na divisa entre os estados da Paraíba e Pernambuco. Desde a última sexta-feira (18/07), o Movimento vinha fazendo paralisações na via.
O objetivo da ação foi protestar contra a ordem de despejo recebida pelos moradores do Acampamento Ouro Verde, ao lado da BR. Os Sem Terra ocupam o local há 12 anos.
Para Juliane Diniz, da Secretária Estadual do MST da Paraíba, a interdição da via foi crucial para que os Sem Terra conseguissem chamar a atenção do Estado para as mais de 40 famílias acampadas.
“Não podemos permitir que essas pessoas, que já estão alocadas há 12 anos nesse terreno, sejam despejadas de uma hora para outra sem ter para onde ir”, diz.
Como fruto dessa articulação, uma reunião entre o MST, Governo do Estado, Secretaria de Segurança Pública, representantes do Gabinete de Gerenciamento de Crise e o comandante da polícia militar local foi agendada para a manhã desta terça (22/07).
Nessa reunião, foi criada uma comissão de gerenciamento de conflitos para tratar de toda e qualquer atuação do Estado frente aos trabalhadores do campo.
A comissão é formada pela Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (SEDH), Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca (Sedap), Secretaria de Segurança Pública da Paraíba, corregedoria da polícia, movimentos sociais do estado, Conselho de Direitos Humanos e a Ouvidoria Agrária do Incra.
A primeira ação da comissão será uma reunião marcada para com o Ministério Público Federal para tratar da ação de despejo da Fazenda Ouro Verde, no dia 18 de agosto. Até lá, a ação de reintegração de posse está suspensa.
Os militantes também pontuaram a violência usada pela polícia militar do estado em ações planejadas pelo MST e outros movimentos sociais.
“Nosso objetivo foi denunciar as agressões e exigir que a Secretaria de Segurança Pública do Estado tome as devidas providências nessas ações de uso desproporcional da força por parte da PM”, salienta Juliana.
Em resposta, uma reunião, ainda sem data definida com a Secretária de Segurança Pública será agendada para que os militantes apresentem documentos que comprovem os excessos por parte da polícia. Nessa segunda, mais de 10 ocupações foram feitas em todo o estado.