Juventude Sem Terra levanta bandeira da Reforma Agrária em Escola Pública

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Fotos: Manuela Hernandez


Qual é o nosso papel nesta sociedade? O que podemos fazer para mudar a realidade em que vivemos? Foi a partir destas e outras perguntas que a Juventude Sem Terra em parceria com o Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA) construiu um espaço de debate, formação e empoderamento de jovens estudantes da rede pública de ensino em Salvador.

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Fotos: Manuela Hernandez

Qual é o nosso papel nesta sociedade? O que podemos fazer para mudar a realidade em que vivemos? Foi a partir destas e outras perguntas que a Juventude Sem Terra em parceria com o Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA) construiu um espaço de debate, formação e empoderamento de jovens estudantes da rede pública de ensino em Salvador.

Realizada pela manhã e pela tarde desta segunda-feira (25), o espaço contou com a participação de 100 jovens do Colégio Mario Augusto Teixeira de Freitas, localizado no centro da capital baiana.

A atividade se organizou em oficinas com objetivo de trazer reflexões sobre o contexto histórico social brasileiro e o papel colocado à classe trabalhadora no modelo capitalista.

 

Como subsídio para os debates e problematizações, os jovens Sem Terra trouxeram a discussão sobre a organização da classe trabalhadora em defesa de seus direitos e o processo de surgimento dos movimentos sociais.

De acordo com o coletivo de juventude do MST na Bahia, espaços como este ajuda a construir amplamente um debate sobre as bandeiras de luta defendidas pelo Movimento, assim como fomenta questões importantes sobre a Reforma Agrária Popular e a inserção da juventude neste processo de luta.

“A Reforma Agrária perpassa mudanças no campo e também na cidade. Nosso desafio é levantar esta bandeira em toda a sociedade. É preciso ampliar o debate e construir lutas conjuntas”, disse Aldeane Lebrão da direção estadual do MST.

A atividade faz parte da Jornada Nacional de Luta da Juventude Sem Terra, que neste mês de agosto mobiliza os jovens do campo e cidade em defesa da Reforma Agrária Popular e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.


Educação Popular

Para introduzir um debate muitas vezes denso e complexo, a juventude Sem Terra se utilizou da pedagogia da educação popular, que busca viabilizar não apenas a exposição do tema em questão, mas trazer reflexões a partir da realidade de cada um.

Para isso a participação dos jovens estudantes foi essencial. Por exemplo, o mapa do Brasil desenhado no chão e o posicionamento de cada pessoa ao representar os povos originários de nosso país, traduziram de maneira significativa a identidade da classe trabalhadora e o percurso de opressão histórica.

Datas importantes foram rememoradas, assim como as lutas populares e o modelo de repressão do Estado.

Enfatizando a proposta de educação popular, Mariana Uchôa do NEPPA, mas conhecida como Tista, acredita que este modelo pedagógico é de suma importância para a formação e capacitação da juventude. “Nosso objetivo é não negar o conhecimento dos agentes envolvidos. Vamos dialogar e trocar os saberes. Nossa proposta é construir coletivamente o conhecimento”, enfatiza.

A Professora de História, Patrícia Carrilho, que acompanhou de perto todas as atividades realizadas, disse ser de suma importância as questões debatidas, já que os alunos não possuem um conhecimento prévio sobre o que seja a luta pela terra e a Reforma Agrária.

“Essa abordagem histórica realizada com a oficina e a interação construída com os alunos é super importante, pois reafirmam a construção de projetos que a escola já vem desempenhando na área da consciência negra, das relações com o campo e com a mídia”, acredita a professora.