Após anos de luta, Sem Terra conquistam maquinário no MS


Por Karina Vilas Boas
Da Página do MST


Fotos: Eliel


Há tempos os Sem Terra do Mato Grosso do Sul, junto a outros movimentos de luta pela terra, pressionam os órgãos institucionais competentes para a aquisição de uma patrulha mecanizada para dar condições dignas de trabalho às famílias assentadas, e melhorar as vias de estrada do assentamento Itamarati, em Ponta Porã, um dos maiores do Brasil.


Por Karina Vilas Boas
Da Página do MST

Fotos: Eliel

Há tempos os Sem Terra do Mato Grosso do Sul, junto a outros movimentos de luta pela terra, pressionam os órgãos institucionais competentes para a aquisição de uma patrulha mecanizada para dar condições dignas de trabalho às famílias assentadas, e melhorar as vias de estrada do assentamento Itamarati, em Ponta Porã, um dos maiores do Brasil.

Na última segunda-feira (8) foi o dia de comemorar essa conquista. Cerca de R$ 1,7 milhões foram entregues, por meio de uma patrulha mecanizada, que contém cinco tratores, motoniveladora, entre outros equipamentos agrícolas. 

Além disso, a partir de agora o núcleo urbano do Assentamento Itamarati I e II está sob o domínio municipal. O termo de transferência foi assinado durante o ato pelo superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari, e pelo prefeito de Ponta Porã, Ludimar Novais (PPS).

O ato foi acompanhado por várias autoridades, entre elas, secretários municipais, vereadores, os deputados eleitos: Zeca do PT e João Grandão; o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Gerson Faccina. Representantes de movimentos sociais também acompanharam a solenidade ocorrida na frente da Sub-Prefeitura do Itamarati.

De acordo com a dirigente nacional do MST, Marina Ricardo Nunes, o Movimento cumpriu papel fundamental na articulação, organização dos assentados e na pressão aos órgãos públicos para que essas conquistas fossem realidades. 

“Quando vemos uma ação conjunta como essa, que envolve os poderes constituídos e os movimentos de luta pela terra, nos sentimos orgulhosos da nossa luta por uma Reforma Agrária Popular, que é justamente isso: ir além da terra, dando condições dos assentados de plantar, escoar produção e viver uma vida mais digna”, disse.

Para o assentado do Itamarati e membro da direção do MST, Cleiton Alexandre Pereira Valença, o fato de mais de 1.500 famílias comparecerem ao ato reforça o quanto a luta dos movimentos foi fundamental para este momento. 

“Nós sonhamos com a produção de alimentos saudáveis, livre de agrotóxicos, que possam alimentar as famílias brasileiras. Lutamos contra a monocultura que só empobrece o nosso solo e não gera alimentos. Momentos como este nos emocionam, pois é uma vitória da nossa árdua luta por uma Reforma Agrária Popular, ampla no sentido dos direitos dos assentados brasileiros”, colocou.

O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Gerson Faccina, disse que atualmente o governo federal investe onde sabe que vai dar retorno, e no Itamarati o retorno é garantindo. 

“O governo tem políticas públicas para levar para os assentamentos, e o Itamarati já deu diversas provas de que é modelo na Reforma Agrária, e que aqui há muita produção de alimentos saudáveis para a população de MS. Com a assistência técnica que vamos dar com as Declaração de Aptidão do Produtor (DAPs) que estamos entregando, as famílias vão poder acessar o crédito e dessa forma vão produzir mais”, ressaltou.

Na ocasião também houve a assinatura de um convênio por parte da prefeitura municipal no valor de cerca de R$ 4 milhões, que beneficiará e recuperação de mais de mil quilômetros de estradas do assentamento.