Sem Terra ocupam duas áreas no Paraná e intensificam a luta pela terra
Da Página do MST
Em meio a milhares de hectares tomados pela monocultura da cana, os Sem Terra ocuparam, na última sexta-feira (16), a área da Fazenda Tabapuã, em Centenário Sul, pertencente ao grupo Atalla, dona da Usina Central do Paraná.
Atualmente, mais de 1500 famílias organizadas pelo MST estão acampadas na região, produzindo alimentos onde antes só se via cana e pobreza.
Além da produção de alimentos, as ocupações de terra tem se transformado em comunidades camponesas que resgatam e valorizam dimensões da vida, como a educação, a cultura e a agroecologia. Estas comunidades vêm se tornando referência para os municípios onde estão constituídas.
A luta pela terra na região de Porecatu tem precedentes. Nos anos 40 e 50, instalou-se um forte processo de disputa entre camponeses posseiros e jagunços, financiados por fazendeiros e pelo Estado.
O conflito, conhecido como a “guerrilha de Porecatu”, ficou “esquecido” na memória da região, graças ao alto grau de violência utilizado em sua repressão.
Hoje, as famílias camponesas Sem terra reivindicam a destinação das terras para fins de Reforma Agrária, com o objetivo de garantir a distribuição e a destinação das terras para quem nelas trabalham.
Motivados pelo lema “enquanto houver terra sem gente e gente sem terra”, as famílias camponesas herdeiras da luta seguem construindo uma nova realidade para a região de Porecatu.
No sábado (17/01), cerca de 80 famílias também ocuparam a Fazenda Arapongas, em Jardim Alegre, região centro oeste do estado.
A área já foi vistoriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas ainda não teve o laudo divulgado.