Mais de 4 mil camponeses da Via Campesina marcham pelas ruas de Porto Alegre

A mobilização reivindica a realização da Reforma Agrária Popular e a garantia da soberania alimentar.

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Da Página do MST

Em continuidade a Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina cerca de 4 mil camponesas e camponeses realizam uma marcha, nesta quarta-feira (11), a partir da 8h, no centro da capital gaúcha, no Rio Grande do Sul.

A caminhada segue do Monumento do Laçador até o centro de Porto Alegre, onde à tarde estão previstas negociações com o governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB) junto a várias secretarias estaduais.

A mobilização reivindica a realização da Reforma Agrária Popular, a garantia da soberania alimentar, o reconhecimento dos direitos dos atingidos por barragens e a criação de políticas públicas para a agricultura camponesa.

“Dentro do calendário nacional de mobilização, com os movimentos camponeses do estado, nossa perspectiva é reposicionar a Reforma Agrária na pauta nacional e exigir a construção de um programa de produção de alimentos saudáveis para a alimentação da população brasileira”, explica o coordenador nacional da Via Campesina, Cedenir de Oliveira.

Segundo ele, os movimentos a Via Campesina do estado também buscam a retomada do diálogo com o governo gaúcho, para dar continuidade às políticas públicas conquistadas no governo anterior, mas que foram paralisadas, como o Programa Estadual do “Plano Camponês”.

No início da tarde desta terça-feira (10), cerca de mil camponesas e camponeses da Via Campesina ocuparam a sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. A previsão é que permaneçam no local até o final da Jornada de Lutas.

Pauta

Os Sem Terra dizem defender um modelo em contraposição ao modelo do agronegócio na agricultura, que segundo eles responsável por destruir o meio ambiente, ameaçar à soberania alimentar e a vida da população brasileira. Em contrapartida, os camponeses defendem como alternativa um projeto de agricultura baseado na agroecologia, que produza alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos.

Os camponeses também exigem o assentamento de todas as famílias acampadas no país e a desburocratização na liberação dos créditos agrícolas para as famílias assentadas. Somente no RS quase 3 mil famílias permanecem acampadas, à espera de assentamento.

A jornada também cobra políticas públicas para o fim da violência e a melhoria de vida das mulheres, a suspensão dos projetos das barragens de Garabi, Panambi e Itapiranga, no Rio Uruguai. Bem como, um conjunto de políticas públicas para a agricultura camponesa e o desenvolvimento do campo.