Sem Terra realizam ato na Prefeitura de Ribeirão Preto e exigem a construção de escolas

O ato é para que poder público agilize a construção da escola no Assentamento Mário Lago e denuncia a entrada do agronegócio nas escolas públicas.

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Da Página do MST 

Na manhã desta segunda-feira (30), cerca de 120 educadores e educadoras do campo, organizados pelo MST, realizam um ato em frente à Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, em São Paulo.

O ato visa pressionar os órgãos públicos municipais para agilizarem o processo de construção da escola do campo no assentamento Mário Lago. 

De acordo com os militantes, a construção da escola depende da vontade política da prefeita Dárcy Vera (PSD), já que conta com projeto pedagógico do MST e recursos financeiros provisionados para isso.

Além disso, os Sem Terra exigem a melhoria imediata das estradas do assentamento para que os assentados possam ter garantido seu direito à mobilidade. A atual condição das estradas dificulta, inclusive, que crianças, jovens e adultos se desloquem de suas moradias para a escola, o que impossibilita, em muitos casos, o ingresso ou a conclusão escolar.

Não ao “Agronegócio na Escola”

Neste domingo (29), educadores e educadoras do campo realizaram o Encontro Inter-regional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária, no próprio assentamento Mário Lago.

Durante a atividade, os participantes debateram os problemas e desafios da educação do campo. Ao longo de todo o dia, militantes do MST das regiões do Vale da Paraíba, Campinas, Grande São Paulo e Ribeirão Preto e diversos profissionais da educação escolar e universitária discutiram sobre o atual desenvolvimento do campo brasileiro e o papel da educação na construção da Reforma Agrária Popular.

No encontro, também foi discutido sobre a presença do agronegócio nas escolas públicas de Ribeirão Preto, por meio do projeto “Agronegócio na Escola”, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

Para os Sem Terra, a iniciativa da ABAG tem como finalidade construir uma imagem positiva para um setor que utiliza altos volumes de agrotóxico, degrada o meio ambiente e, frequentemente, utiliza trabalho escravo.

De acordo com os educadores e educadoras do campo, esse projeto compromete o caráter público da escola, utilizando os equipamentos público-estatais para satisfazer seus interesses, com o agravante de tentar criar uma imagem entre crianças, adolescentes e jovens que não condiz com suas práticas devastadoras para os trabalhadores e para o meio ambiente.

Os militantes do MST que protestam em frente à Prefeitura Municipal também buscam denunciar as ações do agronegócio na escola, que subvertem o sentido público da educação em defesa de um modelo destrutivo de agricultura no país.

De acordo com a direção local, “o ato tem um caráter de denúncia. Estamos aqui para reivindicar nosso direito à educação e também para dizer a sociedade que eles nos negam a escola no assentamento, mas dão a escola pública para o agronegócio”.

A atividade do MST também é solidária à luta dos professores e trabalhadores da saúde em greve.
“Nós, educadores e educadoras do campo e da Reforma Agrária nos identificamos com os professores e professoras estaduais e municipais na luta pela educação pública e de qualidade para a classe trabalhadora. Por isso, somos solidários com esses companheiros e companheiras que atualmente estão em greve”.