Assentados celebram produção recorde de leite no Paraná
Do Incra
No dia 17 de abril, data em que se celebra o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, as famílias do assentamento Ireno Alves, no município de Rio Bonito do Iguaçu (PR), comemoram o aniversário de 19 anos da conquista da terra em um grande evento a ser realizado durante todo o dia no próprio assentamento.
“Essa data representa a conquista pelas famílias de um dos maiores latifúndios do sul do Brasil e que se tornou um dos assentamentos mais produtivos do País”, explica Antônio Miranda, da direção nacional do MST.
“A produção diversificada dos assentamentos, aliada à matriz agroecológica, transformou a vida das famílias, promovendo a justiça social e melhorando a renda, mudando completamente a realidade econômica e social da região”, enfatiza o superintendente do Incra/PR, Nilton Guedes.
São 794 famílias do assentamento Ireno Alves produzindo 96,6 mil litros de leite por dia. Segundo Miranda, a produção de 122 litros por produtor/dia é maior do que a média nacional. Junto com os assentamentos Marcos Freire e 10 de Maio – que formam um complexo da reforma agrária no território Cantuquiriguaçu (região centro-oeste do Paraná) com cerca de 1.600 famílias assentadas – a produção de leite chega a 150 mil litros por dia.
Além da produção bem-sucedida de leite, as famílias assentadas cultivam outros produtos como soja, milho e feijão, além de hortifrútis. A maioria das famílias está em fase de transição do cultivo convencional para o cultivo livre de agrotóxicos, sendo que muitas delas já conseguiram obter a certificação orgânica de seus lotes.
“Alimentação saudável na mesa do brasileiro é uma prioridade no modelo da reforma agrária e o Incra dá suporte, através da assistência técnica, educação e incentivo à agroindustrialização orgânica, para que isso seja efetivado”, explica Guedes.
Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária
A data representa o repúdio ao massacre de Eldorado de Carajás, onde policiais militares assassinaram 19 trabalhadores rurais. Além dos 19 mortos naquele dia, outras duas pessoas morreriam em consequência dos ferimentos sofridos durante o massacre, além de 69 mutilados e uma centena de feridos. A tragédia aconteceu no dia 17 de abril de 1996 na cidade de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará.