Sem Terra conquistam antigo latifúndio de monocultivo de eucalipto

Após quatro anos de luta, Sem Terra conquistam duas fazendas no sul da Bahia onde já praticam a agroecologia e a Escola Egídio Brunetto.

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Da Página do MST

Foram necessários quatro anos de resistência para que as famílias Sem Terra dos Acampamentos Jaci Rocha e Antônio Araújo conquistassem os 4 mil hectares das Fazendas Colatina e Cotia, localizadas às margens da BR 101, no município de Prado, extremo sul da Bahia.

Onde outrora era destinado à produção de gado e eucalipto, agora serão assentadas 227 famílias em lotes de 10 hectares organizados em núcleos de moradias.

A imissão de posse da área acontece nesta quinta-feira (30), e contará com a presença do governador da Bahia, Rui Costa, do Ministro de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e o Ministro da Defesa, Jaques Wagner.

 

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Também marcará presença Maria Lúcia Falcón, presidenta nacional do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra),  Luiz Gugé, superintendente do  Incra na Bahia, Valmir Assunção, Deputado Federal (PT – BA) e outras representações políticas do Estado e da região.

Para Evanildo Costa, da direção estadual do MST, “essa vitória é resultado da luta cotidiana e das diversas mobilizações realizadas pelo MST nos últimos anos contra o avanço das empresas produtoras de celulose na região”.

Segundo Costa, este espaço aponta o início de diversas outras conquistas à luta dos Sem Terra no estado. Em toda a Bahia, há mais de 20 mil famílias acampadas.

Escola de Agroecologia

Ao longo da resistência destes quatro anos, os Sem Terra também construíram, em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ – USP), a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto.

 

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Durante este período, a Escola já realizou diversos cursos de formação, oficinas e seminários, além de desenvolver áreas experimentais em agroecologia, como minhocário, viveiro, horta e Sistemas Agro-Florestais (SAF´s).

A nova fase dos trabalhadores rurais será em construir vínculos institucionais para que possam realizar cursos técnicos com as famílias acampadas e assentadas da região.

Junto a sete pré-assentamentos da região, a Escola Agroecologia Egídio Brunetto faz parte do Projeto de Assentamentos Agroecológicos, que tem como objetivo contribuir na mudança da matriz tecnológica de produção agrícola.

“Nosso objetivo é desenvolver um modelo de produção agroecológico como ferramenta contra o capital e para o fortalecimento da cultura camponesa”, afirma Costa.

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Desde 2012, essas famílias vêm desenvolvendo várias experiências na área da produção de alimentos diversificados sem o uso de agrotóxicos e transgênicos.

Para isso, contam com a presença de técnicos que atuam nas comunidades realizando capacitações em práticas agroecológicas, áreas demonstrativas de Sistemas Agroflorestais e ações que reforçam o cuidado e o respeito às áreas de proteção ambiental, como matas, rios e nascentes.

Ao mesmo tempo, está sendo desenvolvido o projeto de alfabetização de jovens e adultos, utilizando o método cubano “Sim eu Posso”. Espera-se que este processo, que está sendo construído junto com o setor de educação do MST, seja replicado em outros estados do país.