Após ocuparem o Incra, Sem Terra trancam rodovia no MS

Desde o dia 1º de maio os movimentos sociais e sindicais de Mato Grosso do Sul estavam participando da Marcha da Classe Trabalhadora do Campo e da Cidade.

1.jpg

 

Da Página do MST

A rodovia BR-267, trecho que liga Nova Casa Verde a Nova Alvorada do Sul, amanheceu trancada por cerca de 200 Sem Terra nessa quinta-feira (7).

Já na manhã desta quarta-feira (6), cerca mil de Sem Terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/MS).

A ocupação aconteceu após um ato realizado na praça de Campo Grande, uma das maiores da cidade.

Desde o dia 1º de maio os movimentos sociais e sindicais de Mato Grosso do Sul estavam participando da Marcha da Classe Trabalhadora do Campo e da Cidade.

Integrantes do MST, Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetagri), Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA) e Central Única dos Trabalhadores participam da ação.

Para o dirigente do MST/MS, Dinho Lopes, as ações conjuntas são necessárias para mostrar o quanto a situação está caótica no estado.

“Estamos aqui em nome dos mais de 600 Sem Terra que ocupam o Incra, e os mais de mil militantes dos movimentos que marcharam durante cinco dias para reivindicar por Reforma Agrária e outras pautas. Sentimos na pele o que significa um órgão que não consegue cumprir sua função e sacrifica as pessoas que dependem dele para ter uma vida mais digna”, afirma.

De acordo com o dirigente do MST/MS, Jonas Carlos da Conceição, a ação serve para mudar a atual realidade do órgão federal, que há cinco anos não realiza um dos seus principais objetivos, a Reforma Agrária.

“A realização da reforma agrária no Brasil é lenta e enfrenta várias barreiras. Em MS, por exemplo, há cinco anos estamos com o processo totalmente paralisado, principalmente por conta do sucateamento do Incra, que não possui estrutura física nem financeira para tocar o que é necessário”, afirma.

Os movimentos também pedem a participação para o próximo nome do superintendente do Incra/MS, já que na semana passada o cargo ficou vago com a demissão de Celso Cestari.

“Nossa luta é por um superintendente técnico, que tenha ações concretas, conheça sobre Reforma Agrária e consiga se articular para mudar a realidade em que se encontra o órgão. Com isso teríamos como cobrar maior envolvimento na resolução de nossos problemas”, acredita.

 

3.jpg

Reforma Agrária

“Atualmente temos cerca de 5 mil acampados em MS. Conforme o Estatuto da Terra, criado em 1964, o Estado tem a obrigação de garantir o direito ao acesso à terra para quem nela vive e trabalha, mas isso não tem acontecido. Por isso estamos aqui, ocupando, resistindo e batalhando por mudanças”, ressaltou Lopes.

Ramiro Moises, dirigente da Fetagri, afirmou que os movimento só deixaram o órgão “quando um representante nacional do Incra descer em Campo Grande e deliberar resoluções para a realidade do nosso Estado”, conclui.