No ano da formação, Sem Terra debatem desafios da organização política

Sem Terra do Norte da Bahia debatem os princípios organizativos do MST, a luta pela terra e a participação da juventude nas lutas populares.

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Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

O Assentamento Luis Nunes, no município de Casa Nova, norte baiano, é palco do 2º Curso de Formação Política da Brigada Pau de Colher. As atividades se iniciaram iniciaram nesta segunda-feira (8) e se estendem até este sábado (13).

Cerca de 30 trabalhadores Sem Terra, de diversos Assentamentos e Acampamentos da região, participam do curso, que se propõe debater amplamente os princípios organizativos do MST, a luta pela terra no Brasil, as relações de gênero e a participação da juventude rural nas lutas populares. 

Para Paulo Cesar, da direção estadual do MST, “estudar é um dos nossos princípios organizativos e precisa ser fortalecido e praticado cotidianamente pela nossa militância. Este curso é uma ferramenta de luta, e precisamos compreender nossa realidade para se contrapor ao modelo capitalista.”
 

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A simbologia da luta está sempre presente nas atividades por meio das místicas, canções, gritos de ordem, ciranda infantil, culturais e grupos de trabalho. As tarefas coletivas, como metodologia base do curso, incentiva a prática militante e garante a troca de saberes. Assim como as dinâmicas, que fomentam a participação e a unidade entre as pessoas.

“Nossos espaços de formação e nossas lutas cumprem o papel de compartilhar vidas. Desta forma, está na hora de dizer não. Não ao latifúndio, não às cercas, não ao agrotóxico e não aos transgênicos”, disse Mariana Uchôa, do Coletivo NEPPA.

O curso é mais um espaço para compreender as desigualdades sociais no território brasileiro e construir uma identidade social militante, capaz de analisar criticamente a realidade e propor mudanças significativas a sociedade. 
 

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Saulo Oliveira acredita que este espaço é fundamental na construção da identidade enquanto classe. 

“A formação trouxe à tona todas as inquietações e problemáticas sociais discutidas hoje, e apontou propostas para alcançar novos horizontes. Estes ciclos educacionais precisam ser constantes, é como uma fogueira, que se não tiver brasa ela se apaga logo”. 

Já para Alexandra dos Santos, do setor de formação do MST, o curso é o primeiro passo para formar novos quadros dentro do Movimento e avançar na luta pela Reforma Agrária.

Ao terminarem as atividades de formação, os participantes possuem a tarefa de construir novos espaços de estudo em seus assentamentos e acampamentos, fazendo com que o conhecimento adquirido tome maiores dimensões.

Para mediar os espaços de estudo, os trabalhadores contam com o apoio do Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA), o estudante de artes Saulo Oliveira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), dos Setores Estaduais do MST e de toda militância que algum tempo já vem desenvolvendo atividades de formação com os Sem Terra.