Richa mais uma vez atenta à educação e fechará Casas Familiares Rurais
Da AppSindicato
Nesta semana, por determinação da Secretaria do Estado da Fazenda (SEFA), uma notificação informou sobre o cancelamento do repasse para Casas Familiares Rurais (CFR) e o remanejamento dos professores que trabalham nas Casas. A decisão do governo acarretará o fechamento de algumas CFRs já neste mês de julho.
As 20 escolas que possuem Ensino Médio Técnico permanecem, mas já tem seu fim determinado para 2017, e funcionam, a partir de agora, com uma estrutura precarizada: contarão com apenas dois profissionais trabalhando 20 horas semanais em cada unidade.
O recurso destinado às CFRs no Paraná era de R$ 3 milhões para os últimos seis meses de 2015. No entanto, a partir da medida, foi reduzido para R$ 1 milhão. Dos 238 funcionários existentes para a manutenção das Casas, agora serão apenas 78. E a proposta veio em tom de ameaça: se as Casas não aceitarem a medida, a SEED não irá efetuar o repasse dos quatro meses de convênio que já está vencido em algumas regiões.
A secretária educacional da APP-Sindicato, professora Walkíria Mazetto, avalia que a medida é contrária às avaliações da categoria em defesa da educação para todos. “Estamos diante de mais uma ação de desmonte da educação. A decisão não respeita as especificidades do campo, nem dos alunos, nem dos trabalhadores da educação”, considera.
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O que são as Casas Rurais?
As Casas Familiares Rurais (CFR) tiveram origem na França em 1937, por iniciativa de um grupo de famílias do campo, propondo a adoção de uma formação profissional aliada à educação humana para seus filhos. Nascia, assim, a Casa Familiar Rural, com a estrutura da Pedagogia da Alternância.
Hoje, a Casa Familiar Rural expandiu-se para os cinco continentes em trinta países, com a mesma concepção – responsabilidade e entrosamento das famílias na formação dos(as) jovens, no sentido de provocar o desenvolvimento global do meio.
A Casa Familiar Rural é um espaço destinado à formação de jovens do campo, os quais tem a oportunidade de receber formação técnica, profissional e gerencial, tendo como objetivo qualificar esses jovens e oferecer alternativas de renda e de trabalho, para assim permanecerem e beneficiarem a própria família. As aulas na Casa Familiar Rural são em pedagogia da alternância.
A Pedagogia da Alternância é uma alternativa para a Educação no campo, já que o ensino nesse contexto não contempla as especificidades e as necessidades dessa população. Consiste numa metodologia de organização do ensino escolar (tempo escola e tempo comunidade) que conjuga diferentes experiências formativas distribuídas ao longo de tempos e espaços distintos, tendo como finalidade uma formação profissional.
No Sul do Brasil, o processo de implantação das Casas Familiares Rurais teve início no Paraná, em 1987, nos municípios de Barracão e Santo Antônio do Sudoeste, com discussão dos agricultores e envolvimento das comunidades.