No Pará, Brigada Internacionalista se soma à jornada de lutas contra a Vale
Da Página do MST
Uma brigada de jornalistas, religiosos, pesquisadores e camponeses atingidos de diversas partes do mundo pela mineradora Vale se somam, na tarde desta terça-feira (4), no acampamento do MST, nos trilhos de Carajás, no Pará.
O grupo está em viagem ao Brasil para conhecer as violações da Vale e pensar ações conjuntas contra as investidas da mineradora aos territórios indígenas, quilombolas e camponês.
Junto a eles já chegaram mais de 1.500 Sem Terra de toda região do Pará entre segunda (3) e na manhã desta terça, para participar da Jornada de Luta Nacional por Reforma Agrária. Neste momento, cerca de 4 mil trabalhadores rurais estão às margens da ferrovia.
A partir desta quarta-feira (5) começa uma programação que vai conter plenárias de formação política dentro do acampamento.
Ameaça policial
Um efetivo policial já esteve no local e ameaçou os manifestantes. “Sairão por bem ou por mal, do nosso jeito”, afirmou um policial.
Para Rafaela Dias, da coordenação do MST, não há o que temer. “Estamos organizados com milhares de famílias nesse acampamento para um espaço de formação, além de protestarmos contra os cortes das verbas para reforma agrária feitos pelo governo. A polícia, já sabemos, sempre atua em prol do capital”.
A militante do MST reclama das volumosas cifras destinadas às transnacionais mineradoras e do agronegócio, que ajudam a engessar o andamento da reforma agrária no Pará e no Brasil.
“A política econômica do governo federal coloca em risco a conquista de direitos dos trabalhadores, pois corta recursos financeiros da reforma agrária e da classe trabalhadora para seguir injetando dinheiro no capital financeiro e nas transnacionais, beneficiando os banqueiros e a elite do país”, acredita.
Ela lembra que para o agronegócio foi disponibilizado R$ 187 bilhões de recursos pelo Plano Safra para este ano. “Um aumento de 20% no volume de recursos em relação à safra anterior. A Vale apenas no ano passado embolsou R$ 200 milhões no Pará por não pagar seus impostos aos municípios mineradores, que em grande medida são agrícolas”.