Porto de Maceió segue bloqueado por trabalhadores rurais

Os mais de 3500 trabalhadores rurais de diversos movimentos de luta pela terra participam das negociações.

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Por Rafael Soriano
Da Página do MST

O  Porto de Maceió segue tomado por movimentos do campo que reivindicam o descontingenciamento do orçamento da Reforma Agrária. Uma unidade de oito movimentos sociais, que ocupa o espaço desde ontem (3), exige a destinação das terras do grupo João Lyra para fins de assentamento.

Os mais de 3500 trabalhadores rurais organizados em diversos movimentos sociais de luta pelo acesso à terra participam de negociações, envolvendo a Administração do Porto de Maceió e órgãos estaduais e federais, para obterem uma resposta concreta sobre a desapropriação das terras. 

O Grupo João Lyra possui uma massa falida, entre as quais constam mais de 50 mil hectares de terra, que podem ser destinadas à Reforma Agrária.

“Hoje o dia nacional de luta pela reforma agrária e contra o ajuste fiscal, estamos aqui com mais de oito movimentos do campo para que o governo federal desburocratize a reforma agrária e ao mesmo tempo para que as dívidas dos grandes grupos locais do agronegócio, como o grupo João Lyra que deve mais de R$ 2 bi, sejam tranformadas em terras para os trabalhadores”, garante José Roberto, do MST.

Além do MST, participam da mobilização a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Terra Livre e Via do Trabalho.

“Queremos que a sociedade alagoana entenda que essa luta que estamos fazendo é para garantir que essas terras sejam produtivas e produzam alimento para a população”, salienta José Roberto. “São mais de 8 mil trabalhadores acampados em mais de 53 mil hectares de terra. Chega de produzir cana, chega de produzir eucalipto!”, denuncia.

Os trabalhadores aguardam o desenrolar das negociações, que já agregam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), o Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Policiamento Comunitário (CGCDH-PC) da Polícia Militar (PM-AL), bem como parlamentares e representações dos ministérios.