Sem Terra seguem em luta e mobilizações continuam em todo o país
Da Página do MST
Na manhã desta quarta-feira (5), cerca de 100 famílias do MST ocuparam a Fazenda Nazaré, de 4,8 mil hectares, na região do Pontal do Paranapanema. As terras devolutas está sob posse da família de Agripino Lima.
As mobilizações de milhares de Sem Terra continuam por todo o Brasil. Na tarde desta terça-feira (4), cerca de 7 mil pessoas trabalhadores rurais marcharam pelas ruas de Rio Bonito do Iguaçu (PR) na luta contra a empresa de celulose Araupel.
Há mais de um ano, cerca de 3 mil famílias reivindicam a desapropriação da fazenda Rio das Cobras para fins de Reforma Agrária. A Araupel alega ser dona da área, porém diversos documentos do Incra e poder judiciário demonstram que a área foi grilada.
Os Sem Terra também denunciaram a aliança entre a empresa e os meios de comunicação local, que desde o início procuram deslegitimar a luta das famílias.
“O governo precisa ter coragem de rever sua política econômica”, afirma dirigente do MST
Em Pernambuco, cerca de 300 famílias ocuparam o Engenho Alegrete na manhã de ontem, no município de Água Preta. O Engernho é de propriedade da Usina Pumati, área que está sendo reivindicada pelos Sem Terra para destinação da Reforma Agrária.
No Pará, cerca de 2 mil Sem Terra seguem ocupando os trilhos da Vale. Desde segunda-feira (3), os camponeses estão na ferrovia de Carajás, em Parauapebas (PA), utilizada pela Vale para escoar o minério extraído da minas do sudeste paraense até o porto de Itaqui, em São Luis (MA).
Já em Santa Catarina, cerca de 250 trabalhadores rurais ocuparam a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em São José, na grande Florianópolis. Os Sem Terra pedem a liberação das cestas básicas para os acampamentos do estado, a mais de cinco meses sem receber.
Jornada
Desde segunda, milhares de Sem Terra realizam mobilizações em todo o país na Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Diversos Ministérios da Fazenda amanheceram ocupados por milhares de Sem Terra em todo o país, nesta segunda-feira (3).
O MST denuncia a paralisação da Reforma Agrária no país, agravada inda mais com o ajuste fiscal do governo federal, que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária – de R$ 3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão.
Dez estados mais o Distrito Federal tiveram suas sedes dos Ministérios ocupados. Além dos prédios dos Ministérios, diversas outras mobilizações, como ocupações de terras, trancamento de rodovias e ferrovias e marchas pelas cidades estão ocorrendo pelo país. Ao todo, 18 estados estão mobilizados, além da capital federal.
