Posse de metalúrgicos em assentamento do MST reforça unidade dos trabalhadores
Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST
A posse da nova diretoria da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTM/RS) no Assentamento Capela, em Nova Santa Rita, reforçou a unificação dos trabalhadores do campo e da cidade. O ato foi realizado no último sábado (1º) na sede da Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan) e reuniu deputados e representantes de vários movimentos sociais e populares.
A eleição dos 36 novos dirigentes da FTM para o pleito 2015-2018 aconteceu dia 16 de julho e a posse num assentamento do MST é considerado marco histórico para os trabalhadores Sem Terra e metalúrgicos.
“Sempre apoiamos as lutas do MST porque entendemos a necessidade e a importância da Reforma Agrária em nosso país. E sermos empossados num assentamento é um momento histórico que renova as nossas forças para continuarmos organizando a classe trabalhadora do campo e da cidade”, explicou o vice-presidente reeleito da FTM, Enio Dutra dos Santos.
O dirigente do MST Adalberto Martins foi responsável pelo ato de posse da nova diretoria da federação. Ele recordou o apoio dos metalúrgicos na luta pela terra e ao Plano Camponês, além da defesa dos direitos conquistados pela classe trabalhadora.
Conforme o presidente reeleito da FTM, Jairo Silva Carneiro, a federação possui 28 sindicatos associados, e representa 140 mil trabalhadores gaúchos. Para ele, realizar a posse dos dirigentes metalúrgicos num assentamento representa a unificação das duas classes.
“Todos nós fomos camponeses algum dia, através de gerações passadas, e não podemos perder essa relação com o campo. Nós somos alimentados diariamente na cidade por esses trabalhadores, então é fundamental que eles sejam valorizados”, disse Carneiro.
De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Paulo Cayres, a federação está entre as grandes incentivadoras da alimentação saudável e da segurança alimentar, buscando no MST e no Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) a aquisição de alimentos sadios.
“A aliança operária e camponesa saiu do discurso e se concretizou, mostrando que a federação não está preocupada apenas com a sua pauta local. Ela vai mais além e pensa na solidariedade de classe. Isso representa uma ação socialista, que é o que nós sempre defendemos” declarou.
Para o dirigente estadual do MST, Emerson Giacomelli, a conquista do Assentamento Capela também é mérito dos metalúrgicos, uma vez que a categoria ajudou a ocupar a área que hoje abriga famílias e a Coopan.
“Os metalúrgicos estiveram permanentemente conosco e temos humildade para reconhecer que esse assentamento é uma conquista coletiva, porque de forma individual não teríamos força política para ter a estrutura de hoje”, concluiu.
Apoio parlamentar
O parlamento gaúcho que defende a luta dos metalúrgicos e dos Sem Terra também esteve presente no ato de posse. O deputado estadual Edegar Pretto (PT) abordou ações que está desenvolvendo em defesa da produção de alimentos saudáveis e pediu aos participantes para se somarem a essa luta.
“Precisamos do apoio de todos para combater aqueles que querem levar à mesa dos brasileiros a doença através do uso abusivo de agrotóxicos. Tenho um projeto de lei tramitando na Assembleia Legislativa que proíbe a pulverização aérea, pois não é justo contaminar o meio ambiente, as pessoas e os alimentos em nome do lucro de alguns”, afirmou.
O deputado federal Dionilso Marcon (PT) é assentado da Reforma Agrária no Assentamento Capela, local que sediou o ato de posse da nova direção da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos. O parlamentar disse estar orgulhoso de ver o assentamento onde mora ser palco do fortalecimento da unificação dos trabalhadores do campo e da cidade.
“É um orgulho muito grande para nós que aqui moramos sediar esse ato com vários movimentos sociais. Aqui reafirmamos a luta pela garantia dos nossos direitos que foram conquistados com muito suor”, declarou.
O deputado estadual representante da federação, Nelsinho Metalúrgico (PT), falou sobre a atual conjuntura política, e incentivou os trabalhadores a não perderem a esperança e a sua capacidade de luta diante as dificuldades.
“Precisamos assumir o desafio de estarmos sempre juntos e de que o trabalhador esteja de fato representado no seu local de trabalho”, defendeu.