“Nosso herói morreu de calibre 12!” marca os seis anos do assassinato do Sem Terra Elton Brum
Catiana de Medeiros
Da Página do MST
A Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela realiza, nesta sexta-feira (21), a intervenção cênica “Nosso herói morreu de calibre 12!”, em memória ao trabalhador rural Sem Terra Elton Brum da Silva, assassinado pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul no dia 21 agosto de 2009, em São Gabriel, sob o regime da governadora Yeda Crusius (PSDB). O ato inicia às 19h, na Esquina Democrática (entre as ruas Borges de Medeiros e Andradas), no Centro de Porto Alegre.
A intervenção é realizada desde 2009, sempre nos dias 21 de agosto. Conforme a atriz Ana Paula Parodi Eberhardt, o objetivo é “denunciar e trazer a memória do assassinato realizado pelo Estado para que, assim como outros casos, não caia no esquecimento da população”.
“Ao longo dos anos repetimos a intervenção, fazendo dela um ato mais amplo de denúncia às atrocidades cometidas pelo Estado. Percebemos que, infelizmente, ainda é necessário repeti-la por mais tempo, pois, mesmo mudando o governo, ainda é gritante o número de mortos pela polícia com autorização do Estado. Esses crimes não são punidos, caem no esquecimento e são deturpados pelos meios de comunicação como apenas um número nas estatísticas”, explica Ana.
Brum foi executado pelas costas, com um tiro de espingarda calibre 12, durante uma reintegração de posse da Fazenda Southall, no município de São Gabriel. Ele tinha 44 anos e era pai de dois filhos. Após seis anos do tombamento do Sem Terra o crime continua impune. O autor do disparo foi o policial militar Alexandre Curto dos Santos, que ainda em agosto de 2009 confessou ter atirado em Brum.
O caso tramita em segunda instância no 2º Grupo Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), onde está sendo analisado se o crime cometido contra o Sem Terra tem caráter doloso ou culposo.